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coisas, coisas, coisas...
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O que você faz com os seus livros usados?

Uma ação conjunta entre o Portaldajuda e a Livraria Nobel da Rua Pavão, 451 em Moema, propiciará uma nova vida para os livros usados.

Participe você também doando seus livros que você já leu e não sabe para onde doar! Vá até a loja de Moema e deixe a sua doação. Pode ser aquele livro infantil, de aventura, romance ou até mesmo de ficção, que está guardado no seu armário de sua casa.
A Associação Portaldajuda do meu amigo Antonio Florence receberá os livros usados e entregará para crianças, adolescentes e idosos assistidos pelas instituições credenciadas.

é isso, por fernando stickel [ 7:55 ]

tcc à banca

banca
Gente, eu preciso contar para vocês a minha conquista.

Já fiz e experimentei várias coisas vida afora, importantes ou significativas na minha ótica, é lógico, o que não quer em absoluto dizer que o foram na ótica da vocês leitores e mesmo, ampliando o foco, na ótica do país, do planeta e do universo.
Ainda assim creio sinceramente ter derramado algumas gotinhas no lado positivo das coisas.
Honrei pai e mãe, escrevi dois livros, casei quatro vezes, sempre por amor e sempre acreditando que seria para sempre, tive três filhos maravilhosos, plantei inúmeras árvores, trabalhei, dei aulas de desenho durante quase vinte anos, me dediquei às artes durante algumas décadas e ao Terceiro Setor nos últimos seis anos, fui fiel aos meus amigos, farreei muito, galinhei mais ainda e creio ter magoado pouco (consideradas as proporções…).
Subi ao cume do Volcan Toco, sobrevivi a um acidente com veleiro no Canal de São Sebastião, me lancei de para-quedas, sofri duas cirurgias de hérnia-do-disco, viajei para um monte de lugares e continuo sobrevivendo com certa dignidade…

Mas hoje conquistei algo diferente, ao apresentar meu TCC da 5ª Turma do MBA FIA-CEATS em Gestão e Empreendedorismo Social à banca composta pelos professores Evandro Biancarelli e João Teixeira, na Sala da Congregação da FEA-USP.
Quase 20 meses de trabalho chegaram ao fim, é a chave de um longo, rico e trabalhoso processo.
Meu trabalho “As Fundações Familiares no Brasil, a Motivação dos Instituidores no Momento da Instituição, sua Evolução” foi considerado inédito pela banca, será publicado no site da FIA-CEATS, e adicionará uma gotinha ao conhecimento do Terceiro Setor no Brasil.

Preciso agradecer por ter tido a oportunidade de chegar ao final do MBA:
– À minha orientadora, Profª. Drª. Graziella Comini, que atuou em muitos momentos como um poderoso trator ao me arrastar para fora do lamaçal das minhas dúvidas e incompetências. (preguiça eu não tive…)
– À Sandra, minha mulher, pelo permanente incentivo e paciência.
– À Agnes Ezabella e João Lobato, Superintendentes da Fundação Stickel que seguraram a barra em muitos momentos da minha ausência,
– À Miriam, minha super secretária, sem a qual eu não chego à esquina.
– Aos meus colegas de turma, cuja companhia por si só foi motivo suficiente para permanecer na trilha.
– À Profª. Drª. Rosa Maria Fischer, professores, funcionários, colaboradores e palestrantes da FIA-CEATS, que me abriram a cabeça, e permitiram que uma grande parte de tudo o que eu aprendi pudesse ficar definitivamente incorporado ao meu ser.
– Aos instituidores, dirigentes, conselheiros e funcionários das oito fundações estudadas, que me permitiram coletar os dados do meu trabalho.

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Na banca, os professores Evandro Biancarelli e João Teixeira e a minha orientadora Profª. Drª. Graziella Comini.

é isso, por fernando stickel [ 18:16 ]

meu aniversário

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Este ano decidi não fazer nada, absolutamente nada de especial no meu aniversário, e já fui atropelado logo cedo no café da manhã pelo carinho da minha empregada Josi, que me trouxe um bolo de presente.
A Sandra ajudou a cantar parabéns pra você e apagar as velas que dizem 61, ou seria 16?…
A rotina se quebrará novamente na hora do almoço, pois o meu filho Arthur tem exame na Mobile, aqui do lado, e almoçará comigo.
À noite, trabalho na Galeria Sergio Caribé, onde a Fundação Stickel lança livro do Baravelli.

é isso, por fernando stickel [ 8:33 ]

algum sertão

sertao
O Projeto algum Sertão agora tem blog.

A Fundação Stickel apoiou em 2007 a etapa inicial do PROJETO ALGUM SERTÃO, que pretende realizar e publicar o livro ALGUM SERTÃO em homenagem ao centenário de nascimento do escritor Guimarães Rosa, em junho de 2008.?
O conteúdo do livro será o resultado da pesquisa realizada pelos vilarejos e cidades do Sertão Mineiro que serviram de inspiração para Guimarães Rosa escrever a obra Grande Sertão: Veredas.?
As cidades a serem visitadas serão: Cordisburgo, Araçaí, Curvelo, Morro da Garça, Felixlândia, Três Marias, Paredão, São Romão, Itacambira e Jequitinhonha, além de Arinos, Serra das Araras e Chapada Gaúcha, onde está inserido o Parque Nacional Grande Sertão Veredas.
Os responsáveis pelo projeto:
Cristina Maria Mira – escritora
?José Osvaldo dos Santos (Brasinha) – Estudioso da obra de Guimarães Rosa?
Margot Delgado – artista plástica
?Germano da Silva Neto – fotógrafo

é isso, por fernando stickel [ 15:02 ]

baravelli no sergio caribé

baravelli
Fundação Stickel convida para exposição e lançamento do livro: 
 
LUIZ PAULO BARAVELLI – COMENTA SEU TRABALHO
 
Terça-feira 6 de outubro às 19hs
 
Galeria Sergio Caribé 
Exposição 7 a 20 Outubro 2009
R. João Lourenço 79 – Vila Nova Conceição
04508-030 São Paulo SP tel 11 3842 5135
  
RSVP pelo e-mail: viviane.oliveira@br.bnpparibas.com  ou tel 11 3841 3267
Estacionamento no local com manobrista 
 
Realização: Editora J.J. Carol
 
Patrocínio: Fundação Stickel  

Apoio: Banco BNP Paribas Brasil  
Galeria Sergio Caribé 

PS de Fernando Stickel: Neste dia 6/10/09 entro na versão 6.1…

é isso, por fernando stickel [ 9:03 ]

o tempo passa

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Me impressiona muito a passagem do tempo.

O tempo passa e as coisas mudam, rápidamente.
Em Agosto 2004, cinco anos atrás, a Fundação Stickel se movimentava lentamente para sair de um sono letárgico de 30 anos, por pouco não desisti da empreitada, tal a quantidade de problemas enfrentados.

Em Agosto 2005, há quatro anos atrás, iniciava-se a reforma do Espaço Fundação Stickel, na R. Ribeirão Claro, Vila Olímpia, obra da arquiteta Sandra Pierzchalski, que foi inaugurado em Outubro com a exposição do Baravelli.
Utilizado intensamente até Dezembro 2006, abrigou nove exposições.

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O imóvel da R. Ribeirão Claro 37 foi demolido e hoje recebe a construção da nova sede da Comunidade Shalom.
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Vencedores de um concurso de arquitetura promovido pela Shalom, o projeto será de Marcelo Ferraz e Francisco Fanucci, da Brasil Arquitetura.
Eu fico particularmente feliz com o desfecho do uso de um imóvel que foi minha casa/estúdio por 20 anos, na qual nasceu meu filho Arthur, escrevi meu livro aqui tem coisa e plantei várias árvores, no terreno e na calçada.

é isso, por fernando stickel [ 17:59 ]

pappalardo e as mulheres

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O fotógrafo Arnaldo Pappalardo iniciou ontem Oficina de Fotografia com as Mulheres de Talento da Fundação Stickel.
O fotógrafo dará este curso em contrapartida ao apoio que a Fundação Stickel deu à edição de seu livro “Tensão Calma” em parceria com a Cosac Naify e também à realização das exposições na Pinacoteca de São Paulo e Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro.

Esta forma de parceria entre a Fundação Stickel e seus beneficiados na área de artes e cultura está se revelando altamente promissora, pois todo e qualquer artista deverá necessáriamente executar a contrapartida com as nossas beneficiárias do projeto social, fechando desta forma o círculo entre atividades culturais e sociais, integrando-as.
Já realizamos uma oficina com a artista plástica Suca Mattos Mazzamati, e em Fevereiro de 2010 está marcada a oficina com o fotógrafo Valdir Cruz.

Em tempo: Este Projeto Contrapartida passou a se chamar “Um olhar sobre a Brasilândia”

é isso, por fernando stickel [ 8:59 ]

caio fernando abreu

caio
Minha amiga Paula Dip convida para o lançamento de seu livro sobre o escritor Caio Fernando Abreu (1948-1996) na Livraria da Vila da Al. Lorena nesta quinta-feira, 25 de junho das 19:00 – 23:00h.

é isso, por fernando stickel [ 14:33 ]

tadeu jungle

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Onde estão as respostas?
2005

Foto de Tadeu Jungle, da sua série “foto de segunda” um projeto que se iniciou em maio de 2003.

Esta foto me lembrou muito o “rato de livros” Erico João Siriuba Stickel, meu pai.

é isso, por fernando stickel [ 10:16 ]

aqui tem coisa, o livro

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Desenho no meu livro “aqui tem coisa”, de 1999.
Incrível! Acabo de me dar conta que já são dez anos desde o seu lançamento!

é isso, por fernando stickel [ 9:59 ]

livros raros

staden
STADEN, Hans

Warhaftig Historia und beschreibung eyner Landtschafft der Wilden/Nacketen/Grimmigen Menschfresser Leuthen/in der Newenwelt America gelegen/vor und nach Christi geburt im Land zu Hessen unbekant/biss vff dise ij./ nechjt vergangene jar/Da sie Hans Staden von Homberg auss Hessen durch sein eygne erfarung erkant/ vnd yetzo durch den truck an tag gibr. [sic] Dedicirt dem Durchleuchtigen Hochgebornen herrn/ H. Philipsen Landtgraff zu Hessen/Graff zu Catzenelnbogen/Dietz/Ziegenhain vnd Nidda/seinem G.H. Mit eyner vorrede D. Joh. Dryandri/genant Eychman/ Ordinarij Professoris Medici zu Marpurgk. Inhalt des Bhchline volget nach den Vorreden.

Getruckt zu Marburg im Jahr 1557

A Universidade de São Paulo – USP abriu para consulta livre na internet algumas das principais obras do seu acervo, que inclui livros anteriores à sua fundação.
Alguns livros foram digitalizados integralmente e estão disponíveis para consulta ou impressão para uso não comercial, enquanto outros tiveram apenas suas capas digitalizadas.
Entre os títulos está o Liber Chronicarum, uma história do mundo escrita em 1493, ricamente ilustrada e colorida à mão, com texto em gótico e notas manuscritas, além de Ordenações de Dom Manuel, de 1539, livro que traz em sua primeira folha uma xilogravura representando as armas portuguesas.
A iniciativa, mantida pelo Sistema Integrado de Bibliotecas (SIBi) da USP, tem o objetivo de colocar preciosidades, algumas dos séculos 15 e 16, à disposição de um público mais amplo sem danificá-las pelo manuseio.
Trata-se ainda, segundo os organizadores, de ampliar e democratizar o acesso, fazendo com que o pesquisador não tenha que se deslocar nem marcar a consulta para conhecer as publicações, atendendo ainda àqueles que, por curiosidade intelectual, também buscam esse tipo de material.
Desde o fim da década de 1980, preocupado com a preservação desse material, o SIBi já desenvolvia projetos, alguns deles com apoio da FAPESP, para identificar e tratar tecnicamente as obras, ou seja, catalogá-las e conservá-las.
Para a Biblioteca Digital de Obras Raras e Especiais, inicialmente foram selecionados 38 livros em várias áreas do conhecimento, obedecendo aos critérios de antiguidade, valor histórico e inexistência de novas impressões ou edições do título.
O acervo está disponível aqui.

é isso, por fernando stickel [ 17:21 ]

mercenário ou missionário?


Em 24 Setembro 2008 minha colega Terezinha da 5ª Turma do MBA FIA CEATS em Gestão e Empreendedorismo Social conversa com Victor Siaulys, após sua palestra na FEA-USP sobre seu recém lançado livro, “Mercenário ou Missionário?
Seu trabalho frente à Laramara – Associação Brasileira de Assistência ao Deficiente Visual é referência no Terceiro Setor.
Ontem Victor Siaulys faleceu, vítima do câncer que o perseguia, o qual ele não deixou de mencionar na palestra de Setembro do ano passado. Grande homem! Faça boa viagem!

é isso, por fernando stickel [ 9:36 ]

ninguém sabe

maugham
Do Beto Palaio:

There are three rules for writing a novel.  Unfortunately no-one knows what they are.
Existem três regras para se escrever um livro. Infelizmente ninguém sabe quais são elas. 
Somerset Maugham 

é isso, por fernando stickel [ 11:00 ]

erico feliz


As fotos são da Tati Nolla

A nova versão do IPhoto da Apple, que instalei ontem traz um recurso interessante, o “Faces” (Rostos) que identifica e cria pastas com os rostos de pessoas, você só precisa colocar o nome.
Foi assim que encontrei no meu atual arquivo de mais de 16.000 fotos, a do meu pai Erico João Siriuba Stickel no dia mais feliz de sua vida, aos 84 anos de idade.
Foi no lançamento de seu livro: Uma Pequena Biblioteca Particular / Subsídios para o estudo da iconografia no Brasil na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, na segunda-feira 29/3/2004, nove meses antes de falecer.
Pequeno detalhe, a pesquisa e todo o trabalho para chegar ao livro levou mais de trinta anos!

é isso, por fernando stickel [ 8:39 ]

strand books

strand
Um dos lugares que eu gostava de frequentar quando morei em New York, e que continua lá igualzinho é a livraria Strand, na esquina da Broadway com 12 St.
Em sua marca diz “18 MILES OF BOOKS”, ou seja, cerca de 30km de livros!
Nós entramos e fomos andando, olhando os livros, nos aprofundando na loja, percorrendo corredores e corredores abarrotados de livros, lá pelas tantas o Arthur reparou:
– Como está silencioso!
De fato, a livraria é tão grande, e as prateleiras cheias funcionam como excelente isolante de som.

é isso, por fernando stickel [ 16:52 ]

acaia


Ana Cristina Cintra Camargo, Beati Giorgi e Elisa Bracher (Licó) no ateliê de xilogravura do Instituto Acaia.
A Ana e a Licó tocam o trabalho fantástico que o Instituto faz na comunidade carente da Vila Leopoldina, atendendo jovens de 6 a 18 anos, proporcionando aulas de marcenaria, música, artes, vídeo, etc…

A Beati é filha de Flavio Di Giorgi, que foi meu professor no Colégio Santa Cruz, uma figura inesquecível. Ela está preparando um livro sobre o pai, que deverá abordar algo chamado “Oficina de Sentimentos”

é isso, por fernando stickel [ 11:06 ]

tcc

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Iniciou-se o TCC – Trabalho de conclusão do curso da 5ª Turma do MBA FIA-CEATS em Gestão e Empreendedorismo Social. A entrega final será em Setembro 2009.
Agora o buraco fica mais embaixo…
Vou ter que ler um zilhão de coisas, artigos, livros, etc…
O tema do meu trabalho, que farei sozinho:
As fundações familiares no Brasil, a motivação dos instituidores, sua evolução.

é isso, por fernando stickel [ 17:21 ]

coleção iconográfica

Deu na Veja:

Segredos do Brasil
Moreira Salles compra acervo com 1.500 imagens raras do país dos séculos XVI ao XIX.

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Foto: Roberto Setton

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Foto: Fernando Stickel

UM HOMEM DISCRETO
Erico Stickel, morto em 2004, foi dono do Abaporu. Era um grande colecionador, mas nem seus filhos sabiam do tesouro que ele reuniu.
O colecionador de arte Erico Stickel, falecido em 2004, era um homem reservado. Saía pouco de casa, não freqüentava vernissages e só exibia as preciosidades de sua coleção a amigos raros. Durante duas décadas, manteve em uma das paredes de sua residência, em São Paulo, o quadro Abaporu, de Tarsila do Amaral, hoje avaliado em 10 milhões de dólares e tido como a estrela do Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires – MALBA.
Ao longo da vida, Stickel reuniu em casa 1 500 obras de arte, principalmente desenhos, aquarelas e gravuras, que retratam o Brasil desde o século XVI, em cartografia, até o século XIX, em registros do cotidiano. Todo esse acervo ficava num único quarto, isolado até da própria família. Apenas uma pequena parte, mais precisamente 10% dela, foi divulgada no livro Uma Pequena Biblioteca Particular (Imprensa Oficial/Edusp), que o colecionador publicou em 2004.
Ele nem sequer fazia seguro das obras. Por isso, foi uma surpresa para os filhos quando, após sua morte, surgiu uma coleção variada e poderosa, com trabalhos de autores famosos como Johann Moritz Rugendas, Henry Chamberlain e o botânico alemão Carl Friedrich von Martius. É esse material que a família acaba de vender ao Instituto Moreira Salles, a um preço que não é revelado por nenhuma das partes, mas que o mercado estima ser próximo de 1,5 milhão de dólares.
Embora o acervo conte com nomes de peso, nas pesquisas em feiras e leilões de arte Stickel não buscava apenas assinaturas. Valorizava trabalhos que registrassem aspectos da vida brasileira, independentemente do autor. O resultado é um conjunto diversificado e original. A visão que se tem hoje do Brasil no século XIX, antes da invenção da fotografia, é bastante influenciada pelo olhar de franceses, como Jean-Baptiste Debret e Nicolas-Antoine Taunay, cujos trabalhos são mais conhecidos do grande público. Na coleção de Stickel, há também obras de ingleses, italianos, alemães, portugueses, belgas, holandeses, austríacos, irlandeses e russos. A variedade se dá também no espaço. Além do Rio de Janeiro, a capital mais pintada e posteriormente mais fotografada do país, há imagens de Recife, Salvador, Florianópolis, Porto Seguro, Ouro Preto, Mariana, Sorocaba e do interior de Goiás. “Erico Stickel tinha uma capacidade ímpar de prospecção de obras. Não cultuava os valores do mercado, era um intelectual e sabia discernir algo que fosse de fato relevante sob o ponto de vista histórico e cultural. Daí sua importância”, diz a pesquisadora Ana Maria Belluzzo, autora do livro O Brasil dos Viajantes (Editora Objetiva).

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Foto: Roberto Setton

TRÊS MOMENTOS
Paisagem de Ouro Preto, pelo botânico alemão Von Martius em sua expedição pelo interior do Brasil, em 1817; cena da Guerra do Paraguai, feita pelo italiano Edoardo de Martino no campo de batalha; e o mapa de 1552, a peça mais antiga da coleção, com a América do Sul habitada por canibais: preciosidades garimpadas por Stickel ao longo de quatro décadas
A peça mais antiga do acervo é um curioso mapa feito pelo cartógrafo alemão Sebastian Münster, que mostra a América do Sul povoada por canibais. É datado de 1552, ou seja, pertence a um período de escassa iconografia, que se estende pelos 300 anos seguintes, mas do qual o colecionador conseguiu registros importantes – por exemplo, uma gravura de 1668 com navios holandeses no litoral de Recife, feita a partir de desenho de Frans Post. A coleção traz também obras produzidas por pessoas que foram testemunhas privilegiadas da história, como o italiano Edoardo de Martino, que presenciou a Guerra do Paraguai a bordo de um navio brasileiro. Ele deixou como legado diversos registros de batalha – uma espécie de fotojornalismo a lápis – cujos esboços originais são preciosos. Outro tesouro de Stickel são 78 desenhos originais feitos por Von Martius, que percorreu o interior do Brasil entre 1817 e 1820, viajando de barco e em lombo de burro. Ele catalogou 22 700 espécies de planta, publicadas na monumental obra Flora Brasiliensis, e também retratou algumas cidades que encontrou pelo caminho. O livro é ilustrado com litografias feitas por artistas europeus a partir de desenhos originais como os obtidos por Stickel, que são o registro feito pelo próprio Von Martius e acabam sendo mais vivos e ricos em detalhes do que as imagens publicadas no livro.
O caráter instantâneo destaca-se na coleção de Stickel, de uma forma geral. Boa parte das obras são desenhos e aquarelas produzidas em campo. Nesse sentido, o conjunto complementa e se afina com o acervo de fotografias do Instituto Moreira Salles, que tem a coleção de Marc Ferrez, composta de 6 000 imagens.
“Os desenhos e pinturas mostram o Brasil até o século XIX. As fotos dão continuidade a esse registro daí em diante”, diz o superintendente executivo do instituto, Antonio Fernando De Franceschi. A imagem principal que ilustra esta reportagem mostra justamente a confluência desses dois formatos. Trata-se de uma litografia colorida com aquarela e lápis de cor, feita a partir de uma imagem do Rio de Janeiro captada por daguerreótipo, provavelmente na metade do século XIX. O autor é o francês Eugène Cicéri, considerado um dos maiores litógrafos do período. Na época, embora já existisse a fotografia, sua transposição para o papel continuava sendo feita em gravura, que permitia a reprodução em tamanho maior e podia ser colorida a mão. É um trabalho que sintetiza o valor dessa coleção impressionante e reveladora de aspectos pouco conhecidos da paisagem, da história e da vida cotidiana do Brasil.
:: Marcelo Bortoloti – Revista Veja

é isso, por fernando stickel [ 19:47 ]