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equipe fauusp

Cerca de 1970 alguns colegas da FAUUSP da turma 1969-1973 criaram um grupo de trabalho. Nós éramos, da esquerda para a direita, Edo Rocha, Plinio de Toledo Piza Fº, Sergio Ficher, Leslie Joseph Gattegno, Iris Di Ciommo e eu.

Em 2008, na comemoração dos 35 anos de formados a festa foi na maravilhosa casa de Marlene e Marcos Acayaba, reunimos 64 colegas e o Leslie já não estava entre nós, falecido precocemente.

50 anos de formados e a festa no sábado 3/6/23 foi na própria escola, nossa querida FAUUSP, reformada, bonita, elegante, acompanhada de uma linda exposição dos trabalhos da nossa turma!

A efeméride tem um valor adicional, pois a nossa turma de 1969 inaugurou o novo prédio de Vilanova Artigas na Cidade Universitária!

é isso, por fernando stickel [ 9:00 ]

fauusp 50 anos


Voltando à nossa casa!

As comemorações dos 50 anos de formados da minha turma (1969-1973) da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo – FAUUSP se iniciam hoje com uma exposição dos trabalhos da turma, no Edifício Vilanova Artigas.

Os colegas confirmados para as comemorações na lista abaixo:

01 Abel Santos Vargas
02 Alcino Izzo Jr.
03 Alice Prado de Carvalho
04 Annalisa Fazzioli Tavares
05 Antonio Carlos Amaral Tavares
06 Antonio Carlos da Silva
07 Antonio Carlos Rossini
08 Bruno Roberto Padovano
09 Carlos Alberto Gabarra
10 Carlos Massato Kiyomoto
11 Carlos R. Zibel Costa
12 Carlos Satoshi Okamura
13 Cecília Ricci Bianco
14 Cecília Cerroti
15 Cibele Regina Conciglio Mauro
16 Ciro Saito
17 Claudio Soares Braga Furtado
18 Claudio Mauro Machado
19 Deodato de Mello Freire Júnior
20 Diana Malzoni
21 Eduardo Ribeiro Rocha
22 Eloise Tavares Amado
23 Eneida Carvalho Ferraz Cruz
24 Fernando Stickel
25 Flávio Alberto Fonseca
26 Gilberto Orcioli Salvador
27 Helena Mieko Kuma
28 Henrique Cambiaghi Filho
29 Hercules Merigo
30 Iris Di Ciommo
31 Isaac Popoutchi
32 José Francisco Sá Antonio
33 June Alice Chaves Izzo
34 Kátia Moherdaui Vespucci
35 Khaled Ghoubar
36 Kunie Higaki
37 Laura Cardellini
38 Lila Massako Nishida
39 Lourdes Maria Calheiros
40 Marcelo Botter Martinez
41 Marcia Maria Benevento
42 Marcos Aspahan
43 Maria Alice Pereira Nunes
44 Maria Cristina Almeida Antunes
45 Maria Cristina da Silva Leme
46 Maria de Fátima Azevedo
47 Maria de Fátima G. de Figueiredo
48 Maria Izabel Perini Muniz
49 Marlene Milan
50 Marta Dora Grostein
51 Miguel Thomé
52 Murilo Novaes Silveira
53 Nancy Reis Schneider
54 Norberto Chamma
55 Olair Falcirolli de Camilo
56 Rafael Perrone
57 Plinio Toledo Piza
58 Regina Antunes Pivari
59 Ricardo Marques de Azevedo
60 Roberto Meizi Agune
61 Roberto Miguel Collaço
62 Roselia Mikie Ikeda
63 Rubens José Mattos Cunha Lima
64 Sania Cristina Dias Batista
65 Sergio Ficher
66 Sidney Meleiros Rodrigues
67 Venus Sahihi Pezeshk
68 Vera Helena Reis Martins
69 Wilhelm Rosa

70 Esposa do Collaço
71 Marido da Lila
72 Esposa do Khaled
73 Esposa do Hercules
74 Esposa do Zé Sá

75 Fotógrafa
76 Fotógrafo

77 Buffet

A exposição no Salão Caramelo.

Eu preparei para a exposição uma pintura digital, no centro da foto.


As eternas colegas Marta Grostein e Marlene Milan.


A turma toda.

é isso, por fernando stickel [ 8:43 ]

fauusp 50 anos!


A minha turma da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo – FAUUSP, formada em 1973.


Aproxima-se a comemoração do aniversário de meio século de formados!!!

é isso, por fernando stickel [ 8:22 ]

isolated cinema


O Göteborg Film Festival na Suécia se inicia no próximo dia 30/1.
Uma das características que me fascinou foi a possibilidade de ser selecionado para ficar uma semana fechado em uma ilha, participando do festival “on line”, com acesso à projeção de todos os filmes!

Enviei minha inscrição por e-mail:

Dear Sirs at the Göteborg Film Festival,

My name is Fernando Stickel, I am Brazilian, 72 years old, three grown up children and four grandchildren. I’m married and live in São Paulo, Brazil, with my wife Sandra and two puppies, Jimmy and Bolt. I’m in good health and I’m a good swimmer.
I graduated as an architect at FAUUSP and got an MBA from FIA-CEATS. I am a visual artist and photographer. For the last 16 years I run a non-profit institution in São Paulo.
The artist’s work is lonely, I know it well and I am used to loneliness, even though it is not currently part of my daily life.
I think a lot about writing a book, or a movie script, I have already written three books, released in 1999, 2006 and 2020.
I maintain a blog called “aqui tem coisa” that will complete 18 years of uninterrupted activity next 31 January. Here: www.stickel.com.br
My wife and I are addicted to movies and series, we even bought a bigger and better TV on the first month of the Covid 19 pandemic, it is a daily and happy habit for us.
I am fascinated by the sea, ships, explorations and lighthouses, I am an occasional sailor and as a teenager I fished a lot with my grandfather Arthur in Guarujá, SP, in particular around Ilha da Moela.
I would be very happy to return to Sweden and spend a week in Pater Noster, in the company of a red lighthouse, the sea, sky, birds, paper, pencils, my camera (if possible), many films and solitude. Ah! I also enjoy cooking.
Finally I was very happy to see that Bacurau will be shown at the festival, it is one of the best films I have ever seen, it makes me very proud to have it at the Festival!

Questions:

1. Can I take my camera?
2. Will there be a space for exercise and stretching?
3. Will I be required to watch a certain number of films?
4. Will there be the possibility of including alcoholic beverages such as wine in purchases?
5. You will provide an alarm clock, as I will not be able to take my cell phone, which is currently my alarm clock …
6. It would be very helpful to have a Swedish-English dictionary. I am fluent in English and I do quite well in German.

Congratulations on the beautiful idea, thank you for the opportunity!

A pessoa que irá para a ilha foi selecionada (não sou eu…infelizmente…) entre 12.000 aplicantes de 45 países. Trata-se de Lisa Enroth de Skövde, Sweden, enfermeira de emergências e entusiasta de cinema.


Foto: Ola Kjelbye

é isso, por fernando stickel [ 18:49 ]

bmw R60 1969

bmw69
Quando completei dezoito anos, em 1966, meu pai Erico me obrigou a vender a minha motocicleta Mondial 50cc, (Mondialino) que havia me dado de presente nos 17 anos, por acreditar que a moto era muito perigosa, e eu passei a utilizar os carros da casa.

Três anos depois, quando entrei na FAUUSP, meu apetite pelas motocicletas estava novamente aguçadíssimo, e eu tinha certeza que meu pai me daria, de prêmio por ter entrado na faculdade, uma Honda CD175 1969, que eu já tinha até escolhido em uma loja que ficava na R. da Consolação, perto da Universidade Mackenzie.

O presente não veio, mas dois anos depois, recém casado com a Alice, exigi do meu pai um dinheiro que ele havia prometido a mim e aos meus irmãos, ao qual teríamos acesso em duas condições, ou formados no ensino superior, ou casados.
Ele estrilou violentamente com o meu pedido, mas o meu tesão pela moto era maior, e eu o chamei à letra da promessa:
-Você não disse que liberaria a grana casado ou formado?
-Disse.
-Então, estou casado…
Ele liberou a grana a contragosto, e eu fui atrás da máquina, só que desta vez mirei no nirvana do motociclismo, uma BMW.

Procurei e encontrei uma BMW R60 1969, baixíssima quilometragem, equipada com bolsas, conta-giros e sirene à venda na loja do Edgar Soares. O vendedor era o Roberto Kasinski, filho do dono da Cofap, Abraham Kasinski.
Fui conversar com ele em sua casa em Higienópolis, acertamos o preço em uma agradável reunião e comprei a moto, último modelo desta linhagem clássica da BMW.
Este evento rendeu novas amizades, com o Renato, irmão do Roberto e seu amigo Sergio Vettori. Com eles pilotei pela primeira vez uma Honda Gold Wing!

é isso, por fernando stickel [ 9:03 ]

de pessoas e suas influências


Frederico Nasser e eu, na festa de noivado com Maria Alice Kalil, 1970

Somos a soma de nós mesmos com tudo o mais e mais um pouco, tudo misturado. Adicione ao seu eu genético, à sua estrutura biológica original, os aprendizados e as circunstâncias, as encrencas e os lugares, os amores e as paixões, as amizades, as viagens, os livros que leu e naturalmente os muitos erros e os poucos acertos eventualmente cometidos e me terás. Vou tentar explicar. Ou não.
Deixemos que as minhas memórias falem por si, em sua lógica peculiar.

No colégio Visconde de Porto Seguro, em São Paulo, um único professor me deixou saudades, pelo seu brilho, personalidade e integridade: Albrecht Tabor, professor de biologia e cientista maluco… A mesma coisa aconteceu no Colégio Santa Cruz com Flavio Di Giorgi, professor de português e um sábio em geral. Me preparando para o vestibular de arquitetura no Cursinho Universitário em 1968, tive mestres como o artista plástico Luis Paulo Baravelli, que me capturou imediatamente com sua simpatia e a fascinante habilidade de desenhar, e o cineasta Francisco Ramalho Jr., professor de física.
Na mesma época, um amigo me falou de um curso de desenho do professor Frederico Nasser, em uma casinha de vila na Rua da Consolação, estúdio emprestado por Augusto Livio Malzoni. Procurei o Frederico e iniciamos nossas aulas.

Preciso abrir aqui um parêntese. Frederico Nasser teve uma importância gigantesca na minha vida e na minha opção pelas artes plásticas. Foi uma presença instigante, fascinante, generosa, surpreendente, carismática – um poderoso magneto que despertava conhecimento, provocava sede de saber e, de quebra, irradiava uma atração que amalgamou muitas pessoas em um grupo de amigos e amantes das artes que de uma maneira ou de outra gravitaram em torno dele e da Escola Brasil:. Amigos como Augusto Livio Malzoni, Sophia Silva Telles, Dudi Maia Rosa, Baby Maia Rosa, Gilda Vogt, Norma Telles, Lucila Assumpção, José Carlos BOI Cezar Ferreira, Leila Ferraz, Wesley Duke Lee, Maciej Babinski, Megumi Yuasa e muitos outros que aparecerão aqui e ali, ao longo das próximas linhas. Fecho aqui o parêntese.

Os alunos desenhavam em uma espécie de pátio, sob uma pérgula. Neste local, Frederico me apresentou Marcel Duchamp, através da “bíblia” The Complete Works of Marcel Duchamp, escrita por Arturo Schwarz e publicada pela Thames and Hudson em 1969, e assim selou meu destino, me conectando irremediavelmente às artes. Lá encontrei também o meu primo Marcelo Villares e fiquei conhecendo dona Rene, mãe do Dudi. Não sei como eu encontrava tempo para tudo isso, cursando simultaneamente o terceiro colegial, hoje o último ano do ensino médio. Foram tempos muito ricos e intensos!
Um dia precisei fazer um desenho grande e não tinha um lugar adequado. Meu amigo Rubens Mario se propôs a ajudar e disse que eu poderia usar a prancheta de um amigo dele, o arquiteto Eduardo Longo. Rubens Mario me garantiu que não haveria problema, que o Eduardo era “gente fina” e lá fui eu em uma tarde desenhar no apartamento do arquiteto na rua Bela Cintra. Fiquei maravilhado com o pequeno apartamento todo reformado, com o teto em ângulos, um biombo de metal e a porta do banheiro pintada de amarelo parecendo um submarino. Achei o máximo. Logo depois conheci o Eduardo pessoalmente e nos tornamos amigos desde então.
Pouco depois, passei no vestibular da FAUUSP e fui com meu colega Edo Rocha para a Bahia comemorar. Na volta de Salvador, capotamos o meu Fusca 68 bordô perto de Jequié, mas esta é uma outra história.

Em 1969, Frederico Nasser mudou seu espaço de aulas para um sobrado no Itaim, na rua Pedroso Alvarenga. Vários colegas recém-ingressados na FAUUSP desenhavam lá também, como o Edo Rocha e Cassio Michalany, Plinio de Toledo Piza, Leslie M. Gattegno e Claudio Furtado. Enquanto desenhávamos nus femininos dentro de casa, Frederico, muito focado, pintava coisas esquisitas no pátio externo…
No segundo semestre daquele ano, Frederico organizou em um domingo de manhã uma visita de seus alunos ao estúdio do mestre Wesley Duke Lee em Santo Amaro. Entrar naquele estúdio era um privilégio, fiquei totalmente fascinado. Com sua cultura e charme inigualáveis, Wesley falou sobre muitas coisas, mas sobretudo de tecnologia e da recém-ocorrida chegada do homem à Lua, no dia 20 de julho. Inesquecível.


Nas setas vermelhas eu e Maria Alice Kalil em Cabo Frio

E veio então o réveillon de 1970 em Cabo Frio, na casa do tio Bubi e da tia Lila, promovido pelo João e a Marília Vogt. O espírito da coisa era “EU VOU!”. Ninguém perguntou se tinha lugar ou convite, o negócio era simplesmente ir! (Os anfitriões não gostaram muito… mas no final deu tudo certo). Foram dias fantásticos, mais de 30 amigos e parentes, a casa explodindo, a pequena piscina abarrotada de gente!! Minha memória acusa a presença, entre outros, dos anfitriões Bubi e Lila e dos coanfitriões João e Marilia, claro, e de Baravelli e Sakae, de Zé Resende e Sophia, de Carlos Fajardo e Renata, mais o Frederico, Dudi, Gilda, Ricardo Alves Lima, Monica Vogt, Maria Alice Kalil.

Em janeiro de 1970 Frederico Nasser, Dudi, Augusto Livio e eu dividimos um gigantesco quarto no Wellington Hotel da 7ª Avenida em Nova York para um mês de imersão no universo das artes, com direito a tropeçar em Diane Arbus no restaurante Automat Horn & Hardardt na Rua 57 e visita à inesquecível exposição “New York Painting and Sculpture: 1940-1970” no Metropolitan Museum of Art, inaugurando o seu Departamento de Arte Contemporânea sob curadoria de Henry Geldzahler.


A Escola Brasil: na Av. Rouxinol 51

Pouco depois, na sequência do estúdio na Rua Pedroso Alvarenga, Frederico e os amigos e colegas das artes plásticas Baravelli, Fajardo e Zé Resende criaram o Centro de Experimentação Artística Brasil, na Avenida Rouxinol, em Moema. Conhecida como Escola Brasil:, eu fui um de seus alunos no ano de abertura.


Futebol dos “pernetas”na R. dos Franceses. De costas, Baravelli.

Foi também em 1970, na quadra multiuso nos fundos da casa dos meus pais, na Rua dos Franceses, que eu e o grupo de amigos da Escola Brasil: inventamos um jogo de futebol. O mais engraçado é que, se bem me lembro, nenhum dos participantes tinha muita intimidade com o esporte bretão – sempre fui um perna de pau, isso posso garantir! Além de mim e do Neco, meu irmão, jogavam Frederico, José Carlos BOI, Cassio, Fajardo, Leslie e Baravelli. Fora os “jogadores”, também estavam lá a Sakae, mulher do Baravelli, e o filho deles, o Zé.


Capa do catálogo de Frederico Nasser para a exposição BFNR, com dedicatória. Eu estou na foto de costas, em primeiro plano.

Em agosto do mesmo ano, os incansáveis Frederico, Baravelli, Fajardo e Zé Resende realizaram a poderosa exposição BFNR 1970 no MAM Rio de Janeiro, que viria no mês seguinte para o MACUSP, no prédio da Bienal em São Paulo – eu apareço na capa do catálogo do Frederico, de quem fiz alguns retratos para esta mesma edição. Fui ao Rio para a inauguração da exposição e me hospedei “comme il faut” no apartamento da vovó Zaíra, de frente para o mar no Posto 6, em Copacabana. Foram dias deliciosos com direito a um jantar no clássico Antonio’s.

Visitar o estúdio/oficina do Baravelli na Escola Brasil: era o máximo, assim como seus estúdios particulares, sempre fascinantes, muito bem resolvidos arquitetonicamente, amplos, limpos, organizados. (O mesmo fascínio e curiosidade acontecia também no novo estúdio do Fajardo, em um porão da Rua Pamplona, onde ele também dava aulas.)
Havia de tudo nos estúdios do Baravelli, até um pote com unhas cortadas… Foram muitos os espaços ao longo dos anos:
– Avenida Miruna, de 1967 a 1971;
– Rua Padre João Manoel, esquina com a Oscar Freire, de 1971 a 1974;
– Rua Pedroso Alvarenga, de 1974 a 1979;
– Rua João Cachoeira, de 1980 a 1984;
– Granja Viana, 1984 até hoje.
Pelo menos duas galerias saíram das hábeis mãos do Baravelli – a Galeria São Paulo, da Regina Boni, na Rua Estados Unidos, e a Galeria Luisa Strina, aberta em seu segundo estúdio particular, citado na lista ali em cima.
Com acesso pela Rua Padre João Manoel, uma escada levava à galeria na sobreloja. Passando por um pequeno espaço administrativo, chegava-se a um paralelepípedo de paredes brancas com o chão de tacos de madeira onde, logo à esquerda, o “escritório” da Luisa Strina era nada mais que uma mesinha com telefone e algumas cadeiras confortáveis. Sentada em seu canto, com as unhas impecavelmente esmaltadas de vermelho, ela recebia os amigos e os clientes, colecionadores, xeretas e desocupados em geral que lá ficavam papeando e, naturalmente, comprando!
Lá encontrei inúmeras vezes o meu contraparente Pituca Roviralta, um dos primeiros compradores do meu trabalho.


Frederico Nasser, Dudi Maia Rosa, Carlos Fajardo e José Carlos BOI Cezar ferreira

Em 1971 casei com Maria Alice Kalil e convidei o Frederico Nasser para ser meu padrinho. Durante alguns anos, Frederico frequentou assiduamente nosso apartamento na Rua Hans Nobiling. Éramos amigos íntimos, ele aparecia com presentes, uma bebida, um desenho do Evandro Carlos Jardim. No apartamento de cima, sempre havia umas festas e acabamos descobrindo que lá morava o mafioso Tommaso Buscetta!!
O casamento com a Alice terminou, mudei para um apartamento na Rua Tucumã, 141, e comecei a namorar a Iris Di Ciommo por volta de 1974.

No enorme apartamento na Avenida Angélica, de frente para a Praça Buenos Aires, onde morava com os pais, dona Rene e Lamartine, Dudi montou um pequeno atelier de gravura. Foi lá que ele me apresentou à técnica e eu fiz a primeira e única gravura da minha carreira ¬– me lembro bem até do dia – em 10 de agosto de 1972. Obrigado, Dudera!
Neste mesmo ano, Dudi e Gilda se casaram em uma linda festa na casa do João e Marília em Osasco.

Um dos integrantes da turma da Escola Brasil:, Xico Leão era um doce de pessoa, simpático, reservado, atencioso e, além de tudo, um excelente pintor. Marina, sua filha, muito jovem e delicada, caiu nas graças do professor Frederico Nasser. Quando o namoro evoluiu para o casamento, Frederico me convidou para ser seu padrinho. Felizes com a deferência, na quarta-feira 8 de dezembro 1976 Iris e eu embarcamos na minha VW Variant amarela para estarmos pontualmente, às oito e meia da noite, na casa dos pais da noiva, Xico e Zizá, na Rua Bolívia.
O casamento se deu em altíssimo astral. Nos divertimos muito, fiquei bêbado, conversei com todo mundo, foi uma farra! Lá pelas tantas, encontrei dona Maria Cecilia, minha professora do Kindergarten no Colégio Porto Seguro, e me apresentei a ela:
– D. Maria Cecilia, que prazer!!! A senhora está muito bem!!!
Ela me olhou de viés, sem entender direito, e eu prossegui rodopiando…
Iris e eu fomos os últimos a deixar a festa, comigo pilotando alegremente a Variant amarela como se fosse um Porsche. Lembro-me de que, no dia seguinte, repassando a façanha automobilística da madrugada, decidi comigo mesmo nunca mais cometer a tolice de pilotar embriagado.


Pinturas de Cassio Michalany, presente para a afilhada Fernanda.

Em 1977, nasceu minha filha Fernanda. Seu padrinho, o Cassio, a presenteou com uma tela de 15 x 15 cm, um ladrilho tecido e pintado a mão – em cada aniversário, ela ganharia mais um. Dois anos depois, nasceu o meu filho Antonio e convidei Frederico Nasser para ser seu padrinho, mas ele não pôde estar presente ao nascimento.
Na mesma época, Frederico planejava abrir uma livraria. Em uma conversa com Dudi no Guarujá , Claudinho Fernandes, que também flertava com a mesma ideia, ficou sabendo dos planos do amigo em comum e os dois acabaram se tornando sócios para abrir, em 1978, a Livraria Horizonte.
O imóvel selecionado na Rua Jesuíno Arruda, 806, quase esquina com a João Cachoeira, abrigava originalmente um açougue, mas Baravelli, o homem dos sete instrumentos, transformou o lugar em uma charmosa livraria de tijolinhos à vista. A Horizonte acabou virando ponto de encontro dos amigos artistas, sempre uma farra com sua enorme mesa central e poltronas confortáveis completando o ambiente acolhedor. No andar de cima, Frederico tocava sua editora Ex Libris. Naquela época, eu era sócio do Norberto (Lelé) Chamma na empresa de design gráfico und – assim mesmo, com minúscula – e produzimos alguns itens gráficos para a livraria.
Cerca de dois anos depois, Frederico desmanchou a sociedade com Claudinho e montou uma nova livraria a poucos metros da Horizonte, na Rua João Cachoeira, 267 – a Universo. Também com projeto do Baravelli, a execução da obra ficou a cargo do Roberto “faz tudo”, com o chão de tijolo aparente, cortado a 45 graus, dois mezaninos e janelas ilegalmente abertas para a lateral do prédio.
A Universo tinha como vizinhos a CLICK Molduras, de Odila de Oliveira Lee, mulher de William Bowman Lee, pais de Wesley; o estúdio da vez de Baravelli, na sobreloja; e o escritório de paisagismo de Toledo Piza, Cabral e Ishii, arquitetos associados, na edícula.
Algum tempo depois, a livraria fechou as portas ao público, trabalhando somente com visitas agendadas, agora especializada em livros raros. Lá, Frederico continuou a operar a Editora Ex Libris, lançando em 1987 o notável O Perfeito Cozinheiro das Almas deste Mundo, edição fac-símile do diário coletivo da garçonnière de Oswald de Andrade.
No estúdio em cima da Universo, Baravelli trabalhava à noite. Os amigos mais próximos se davam o direito de chegar, tocar a campainha, subir as escadas e ficar lá perturbando o artista. Por vezes, para frear o ímpeto da turma, ele colocava um bilhete na campainha: ESTOU TRABALHANDO – CAMPAINHA DESLIGADA.

Foi neste espaço que, certo dia, Baravelli confidenciou aos amigos:
– Estou com uma grana, não sei se faço uma revista de arte ou compro um Camaro…
A opção foi fazer a revista Arte em São Paulo. Muito pragmaticamente, ele fez uma lista dos itens necessários e comprou:
_ Impressora;
_ Prensa de hot stamping para as capas;
_ Encadernadora espiral;
_ Estoque de papel para impressão;
_ Estoque de cartão para as capas.
Em seguida contratou Lisette Lagnado e Marion Strecker Gomes, duas jovens estudantes de jornalismo, para tocarem a revista. O primeiro número saiu em 1981, com um texto meu sobre Cassio Michalany. O último saiu em 1985.

Entrando nos anos 1980, minha vida virou de ponta cabeça. Tomei a decisão de ser artista plástico em tempo integral, saí do escritório de design gráfico und e me separei da Iris, mudando para o apartamento da Rua dos Pinheiros.
Foi um ano estressante, trabalhoso, caótico!

A esta altura, começava a se quebrar o encanto dos anos 1970, criativos e loucos, com os contatos entre aquela grande turma de amigos se espaçando, as amizades se esgarçando, os filhos nascendo e crescendo, cada um cuidando de sua vida. Foi nessa época que Frederico Nasser iniciou um misterioso processo de se fechar para o mundo. Pouco a pouco, foi evitando o contato social com os amigos e a família, se isolando mais e mais, sem responder nem mesmo aos telefonemas. Ninguém entendia o que estava acontecendo.
Muitos anos depois, andando de carro pelo Itaim, o avistei caminhando na calçada oposta. Parei o carro e corri para ele de mão estendida, feliz com o encontro! Frederico me ignorou solenemente e passou reto… Fiquei ali incrédulo, parado com a mão estendida, observando ele se afastar totalmente alheio à minha presença…
Que Frederico Nasser era aquele?!!
Seu coração falharia definitivamente no início de 2020, aos 75 anos de idade. É sempre muito triste e difícil aceitar a perda de um amigo. O luto e a tristeza que senti naquele momento, na verdade, já vinha sentindo e trabalhando durante quase 40 anos…

Fernando Stickel,
9 de julho de 2020

Uma conjunção muito especial de fatores propiciou a sistematização destas memórias, focadas nos anos 1970, um pouco antes e um pouco depois. Em fevereiro de 2020, faleceu meu grande amigo Frederico Nasser. Em seguida, a pandemia do coronavírus e a quarentena redefiniriam o mundo como o conhecíamos.
Foi neste contexto que me voltei a arquivos fechados há muitos anos, repassando textos e a memorabilia do período para atualizar minhas memórias ¬– e este blog.
Um documento em particular atuou como poderoso catalisador de lembranças, o convite de casamento do Frederico e Marina. Foi fundamental a ajuda dos amigos em várias conversas para ajustar algumas datas, locais e nomes.
Deixo aqui um agradecimento especial para Sandra Pierzchalski, Plinio de Toledo Piza Filho, Claudio Furtado, Iris Di Ciommo, Claudio Fernandes, Mauro Lopes, Monica Vogt Marques, Luis Paulo Baravelli, Cassio Michalany e José Resende.

Fernando Stickel,
10 de outubro de 2021

Revisão do texto: Tato Coutinho

é isso, por fernando stickel [ 10:37 ]

porsche 912

Meu pai Erico comprou em 1968 um Porsche 912 branco zero km na Dacon. Ele tinha o último motor dos 356, com quatro cilindros, 1.600 cc dois carburadores e 90 hp, cambio 5 marchas “dog leg”, ou seja, a primeira era para baixo. Era capaz de cerca de 190km/h, dado seu baixo peso de cerca de 900kg.
Foi um carro que eu guiei muito, curti muito, com minha carteira de habilitação recém obtida.
Fazia o maior sucesso na FAUUSP, meus colegas adoravam quando eu dava carona…
Lembro-me de uma viagem para Ilhabela, eu sozinho e o carro carregado até as tampas com mantimentos, etc… A estabilidade, que já era excelente, com o carro carregado ficou melhor ainda, e me diverti muito na serra de Caraguatatuba.
Era preciso se acostumar com o câmbio de 5 marchas com a primeira marcha para baixo, (no lugar da segunda marcha da câmbios tradicionais) mas fora isso o carro era uma delícia.
As rodas estampadas cromadas com calotas idem tinham um ar retro que eu gostava muito, e sem calotas ele ficava “malandro”…

é isso, por fernando stickel [ 15:17 ]

levy e a bmw


A minha turma na FAUUSP entrou na faculdade em 1969 e se formou em 1973. Logo que entramos conheci o Alberto Seixas Levy, que estava um ano na nossa frente. Ele tinha uma maravilhosa Moto BMW R69S.
Um belo dia eu simplesmente pedi a ele para dar uma volta na moto, ele me entregou a chave e disse pode ir…
Quase fiquei louco, aquilo era o sonho de qualquer tarado por motos como eu.
Saí da FAU e peguei a avenida principal em direção à saída da Cidade Universitária, me acostumando com a máquina, que era grande potente e pesada.
Este era o modelo mais potente da BMW, acelerava muito bem, mas eu mal havia tocado ainda nos freios… Cheguei na rotatória da avenida principal, na sequencia uma descida e uma nova rotatória, entusiasmado eu só queria acelerar, quando entrei na curva o peso da moto se fez sentir e eu quase não termino a curva, escapando de ralar a roda na guia por milímetros…
Respirei fundo com o coração quase saindo pela boca, me recompus e voltei tranquilamente para entregar a moto ao dono, agradecendo aos céus que nada havia acontecido!


Na sequência o Alberto apareceu com uma Kawasaki 350 de dois cilindros e dois tempos, e eu naturalmente pedi para dar uma volta, dessa vez peguei a Marginal, e como já conhecia a fama da moto se ser potentíssima, girando a 8.000 rpm, eu manerei logo do início, e não tomei susto!
Recentemente criou-se um grupo de WhatsApp da nossa turma da FAU, e foi através deste grupo que eu fiquei sabendo do falecimento recente do Alberto, vítima do coronavirus… nós não eramos próximos, na verdade perdi contato ainda na faculdade, mas bem ou mal ele é a primeira pessoa de um grupo próximo vítima do coronavirus. Que você fique bem Alberto, talvez no teu paraiso você encontre maravilhosas máquinas dos anos setenta…

é isso, por fernando stickel [ 18:15 ]

flavio motta e guto lacaz


Guto Lacaz e o Prof. Flavio Motta, na casa deste na R. Bartira em São Paulo.


Em 2004 Takashi Fukushima e Guto Lacaz foram visitar o Prof. Flavio Motta em sua residência, Guto escreveu o relato da experiência:

Visita ao Prof. Flavio Motta

O Prof. Flavio Motta e a Coca Cola – Encontro com o Prof. Flavio Motta – sexta feira dia 9 de abril de 2004 das 16 às 19h

Há muito ouvia falar do Prof. Flavio Motta, de sua sabedoria, do encanto que exercia sobre seus alunos e da forma pessoal como abordava os assuntos e citava fontes. Primeiro, foi na década de 70, durante a Faculdade de Arquitetura de São José dos Campos através de meu colega Fernando Zanforlin, amigo de Marcelo Nitsche que convivia com o prof. naquela época. Depois, na década de 80, através de Rafic Jorge Farah, ex aluno do prof. na FAU USP. Farah me narrou uma emblemática passagem com o mestre. Estava ele parado na rampa da FAU, obeservando grande manifestação no salão caramelo em oposião à ditadura militar vigente no país. O prof. passa e para ao lado dele, observa a cena e diz: Farah…a maior subversão é ser. Em seguida continua sua caminhada. (isso é com o Farah. Não me lembro. Mas convenhamos é uma tirada aceitável:vide Hamlet)
Na década de 90 quem narrou seus encontros com o prof. foi o colega Marcelo Cipis. Soube também de uma passagem ocorrida na casa de Lina e Pietro Maria Bardi no Morumbi. O casal recebia o artista Saul Steinberg em visita ao Brasil. Com a chuva, os vidros da casa embaçaram e se transformaram em efêmero suporte para Saul Steinberg realisar um desenho com o dedo indicador, a figura de uma mulher nua, junto a uma coluna grega. Devido ao calor da lareira, na “casa de Vidro”, o desenho começou a escorrer. Verteu-se em lágrimas. Foi a maior tristeza daquela noite inesquecível. Choramos de rir.
Agora, uma garrafa de Coca Cola realiza o antigo sonho de conhecer o prof. …o filho de Takashi Fukushima me convida para a festa surpresa que organizava para o aniversário de seu pai. Durante a festa Takashi me mostrou uma garrafa de Coca Cola que havia ganho,vinda do Egito . Me falou de sua admiração pelo produto e de sua coleção de garrafas e latas. Logo me lembrei de uma garrafa que possuia que tinha recebido para fazer um stand que nunca saiu do papel. Era uma edição especial em plástico prateado. Antes de dizer que possuia tal raridade e que iria presente-á-lo, tomei o cuidado de localizá-la. Uma vez encontrada liguei para o Takashi e deixei recado dizendo que a garrafa era dele. Dias depois ele me ligou agradecendo e dizendo ter vindo do atelier de Luis Paulo Baravelli onde realizou entrevista para sua tese sobre o ensino de desenho. Me disse também que havia agendado a proxima entrevista com o Prof. Flavio Motta. Logo me adiantei dizendo que queria aproveitar a oportunidade para conhecê-lo. Takashi gentilmente aceitou minha intromissão e comunicou ao prof. minha presença no encontro. Disse o prof. que eu era benvindo e que conhecia meu pai. O prof. ainda não havia chegado do almoço e quem nos recebe é sua filha Guli que conhecia de passagens pela Pinacoteca e pelo MAC. Começamos a observar as muitas pinturas, desenhos e objetos na casa neo colonial na rua Bartira próxima a PUC,onde mora. Logo chega o prof. e sorrindo nos cumprimenta.
Carrega uma pequena sacola feita com um pedaço de manga de camisa onde leva seus remédios e utensílios para sua higiene pessoal e se queixa do desconforto pós operatório. Takashi o presenteia com o belo livro que fez por ocasião da exposição de seu pai Tikashi Fukushima na Pinacoteca em 2001. Flavio Motta o pega com carinho e nos sentamos para que ele o observe. O prof. começa a olhá-lo do final para o começo onde estão reproduzidas as fotografias de eventos artísticos. Com rapidez FM vai identificando…Tomie Othake, Walter Zanini, Renina Katz, Takaoka e outros contemporaneos. Admira outras reproduções e mesmo nas pinturas abstratas consegue ver montes, neve e água corrente típicos da pisagem japonesa. Takashi pergunta sobre uma xerox colorida sendo montada em partes sobre a mesa. Ele nos diz que é uma colagem com retalhos de costura que pegou de uma de suas filhas. Takashi lhe fala de um certo retrato e ele lembra Quentin Metsys dizendo ter feito o melhor retrato de Erasmo de Roterdam. Diz que Erasmo ao saber de tal afirmação replicou dizendo que seu melhor retrato eram seus textos! – (Mas não podemos descartar a possibilidade de estar reproduzido, no “Elogio da loucura”, uma edição com o retrato feito por Holbein.)
Pergunta então o que quer o Takashi. Takashi lhe fala da tese que está fazendo sobre o ensino de desenho e que está entrevistando antigos mestres para uma reavaliação de suas aulas e de seus métodos. Flavio Motta diz que a questão é oportuna e cita o pequeno livro Pincelada Unica de Shitao que sestá lendo no momento. Traz uma cópia presenteada pelo colega Feres Khoury. Lê pausadamente uma página onde diz que o pincel é Yin e a tinta Yang.. Juntos, quando desenham colocam ordem no caos. (vide também pg. 414 do YIN-YANG – CHEVALIER, Jean:GHEERBRANT, Alain,Dictionnaire DES SYMBOLES.Paris.SEGNERS,1974. – VON FRANZ, Marie-Louise, TIME. Rhythmand Repose, Thames and Hudson London 1972.P YANG (masculine):Tempo YIN(feminine):Espaço)
Falou da concentração e da atenção necessarias para desenhar e dos muitos movimentos que o corpo, o braço e a mão podem fazer para descrever trajetórias no papel ou no espaço. Falou que o mestre pede ao discípulo para traçar uma linha entre dois pontos. Feita a linha o mestre diz ao discípulo que ele não havia vivido a linha, que ela carecia de expressão. Falamos da palavra desenho, sua origem designio, dar nome, designar ou destino, direção, desejo. Design, draw e draft. Lê um trecho de Saramago – “A Caverna” pg. 84 – toda a arqueologia de materiais é uma arqueologia humana.O que este barro esconde e mostra é o trânsito do ser no tempo e sua passagem pelos espaços. Os sinais dos dedos, as raspaduras das unhas, as cinzas e os tições das fogueiras apagadas, os caminhos que eternamente se bifurcam e são distanciados e se perdem uns dos outros. Este grão que aflora à superfície é uma memória, esta depressão a marca que ficou de um corpo feito. O cérebro perguntou e pediu, a mão respondeu e fez. Leu citação de Goethe no livro “Esboço para um Auto Retrato” de Bernard Berenson. Onde fala da diferença entre desejo e vontade. Falou de que hoje já se pode realizar o sonho dos alquimistas de transformar mercurio em ouro.(vide Plank) Falou do conceito metafórico de alquimia onde, pode se transformar, pelo pensamento, a qualidade das escolhas. Diz que quimica quer dizer suco, em Grego. Da sala fomos para a salinha.
Ali ele tinha seu lugar predileto, encostado a parede repleta de pinturas. Disse que se o achássemos feio poderiamos olhar os quadros. Falou da aula de física onde seu prof.mostrava um raio de luz atravessar um celofane e este o fazia mudar de cor. Mais um celofane, uma nova cor. Pediu para que o lembrasse de falar sobre a torção no raio de luz. Repentinamente nos sugeriu desenho de uma estrela de 7 pontas. Ficamos estudando sua construção, divisão da circunferência, movimentos, trajetórias, angulos, formas ocultas e outras estrelas – 4 pontas, 5 pontas, 6 pontas. Com sua lapiseira nos mostrou a construção, o peixe e o vaso nela ocultos. (Anexar copia da folha). Desenhamos outras possibilidades de alfabetos e falamos no código binário. Nos contou de um congresso de comunicação na Itália onde representou o Brasil. Nos contou dos livros de Bruno Munari que apresentam a laranja como se fosse um produto desenhado por designers e do filme que apresentou no congresso onde um atleta dá um salto mortal filmado em hiper camera lenta acompanhado de trilha sonora (som puro) e quase enervante. Disse que nesse congresso só os europeus falavam e que a comissão brasileira resolveu se pronunciar. Neste congresso, Humberto Eco, Abraham Moles, Argan, entre outros… F.M. então se apresentou para fazer um pronunciamento sobre comunicação e informação. Disse que comunicação é a ponte entre dois extremos, inclusive fisiológicos, o que arrancou sorrisos na platéia. (vide “Lógica da Vida” – François Jacob) Apresentando ou comentando um assunto acolhedor em seguida a outro, nos falou do livro de Saramago que conta a história de uma tradicional família de poteiros portugueses acostumados a uma rotina secular de produzir e vender potes. Até que um dia a loja recusa novas encomendas pois haviam chegado os novos potes de plástico. O poteiro tem então que decidir por outro produto para manter o negócio. Decide produzir figuras, bonecos… Nos conta que no estacionamento no bairro soube de um pintor que escreveu LAVA-SE CARRO. Comparou a dificuldade e determinação ao tempo levado para “dar o salto mortal” no filme de Bruno Munari, reproduziu lentamente a possível trajetória do pincel acompanhado de um FIIIIII semelhante à trilha sonora original. O prof. ia ligando uma história em outra, uma citação em outra de forma poética e anárquica, elucidou.
Takashi lhe contou de uma biblioteca que visitou na China onde os livros eram laminas de pedra gravadas e que o frequentador podia imprimir o que desejasse. Disse que sua filha gostaria de escutar essa história e logo veio Paula que disse já ter conhecimento do fato pois Rubens Matuck havia contado. Com a presença de Paula o prof. procura o editor do livro Pincelada Única. Encontramos na ficha o nome de uma cidade XXXX que todos desconheciam.Logo pensamos tratar-se de uma ediçâo portuguesa. O prof. sai e logo volta trazendo um grande livro de capa vermelha e apontando nos diz; ….cidade portuguesa e também brasileira. Enquanto Takashi conversava com Paula o prof. me fez um sinal.Percebendo que eu não o havia acompanhado retornou e tocou meu braço para acompanhá-lo. Retirou um volume da biblioteca e me mostrou uma gravura de Durer onde ao fundo de uma cena aparecia um incomum sólido geométrico ( a pedra filosofal da “Melancolia”) Pediu-me que o identificasse mas não consegui. Era um sólido irregular. Ao nos despedirmos me abraçou dizendo: Guto você já é de casa. Nos acompanhou pelo jardim até o portão. Disse que gostamos muito da conversa. Ele disse: conversa sim…não gosto de bate papo!
Guto Lacaz posted by takashi fukushima @ 7:07 AM

é isso, por fernando stickel [ 12:14 ]

caderno de viagens

Professor Flavio Motta (1923-2016)
Durante o ano de 1973 os alunos de graduação do 5º ano de arquitetura da FAUUSP se dedicaram ao Trabalho de Conclusão do Curso – TCC, ou Tese, não lembro mais do nome.
Eu propus aos meus orientadores, Flavio Motta e Aracy Amaral fazer um “Caderno de Viagens”, similar aos cadernos que meus professores na Escola Brasil: nos incentivavam a fazer, com desenhos, anotações, reflexões, colagens, etc…
A proposta foi aceita, no primeiro semestre trabalhei em folhas soltas, depois encadernadas e no segundo semestre mandei encadernar um belo caderno de folhas em branco e capa de couro com a inscrição:

Diário de Viagens
Fernando D. Stickel
1973- 2ª Parte

Após a entrega do trabalho, consegui surrupiar o original da biblioteca, deixando uma cópia xerox, e como o caderno ainda não estava totalmente preenchido continuei a trabalhar nele até o final.
Hoje seria impensável aluno de arquitetura conseguir executar um trabalho assim…foi graças à personalidade esfuziante do Mestre Flavio que isso foi possivel, ele era irreverente, inteligente, imprevisivel, genial e companheiro!!


Flavio Motta e o arquiteto Vilanova Artigas (1915-1985) autor do projeto da FAUUSP, provavelmente em uma de suas sala de aula.
Na lousa a famosa frase do arquiteto Auguste Perret (1874-1954), pioneiro no uso de concreto protendido: “É preciso fazer cantar o ponto de apoio.” (L’architecture, c’est l’art de faire chanter le point d’appui)


Meu retrato feito pelo Flavio Motta no “Diário de Viagens”

é isso, por fernando stickel [ 18:07 ]

modular delta


Foto Nelson Kon
Os Edifícios Modular Delta I e II fazem parte de um conjunto de obras que o arquiteto Abrahão Sanovicz projetou para a construtora Formaespaço no início da década de 1970 – os Modulares. Os edifícios foram pensados para serem implantados em terrenos típicos na cidade de São Paulo, a partir do conceito de planta livre. Procurou-se racionalizar a construção pela escolha formal – duas lâminas paralelas entre si – e pela modulação estrutural, permitindo maior reaproveitamento da forma e a padronização das dimensões das diversas partes da estrutura.


Abrahão Velvu Sanovicz (1933-1999), arquiteto formado em 1958 na FAUUSP, membro da “Escola Paulista”, geração de ouro da arquitetura paulista, projetou e construiu relevantes edifícios habitacionais, culturais, educacionais, de serviço e infraestruturais. Ainda jovem, foi aluno da Escola de Artesanato do Museu de Arte Moderna de São Paulo – MAM e estagiário do escritório do designer Marcello Nizzoli em Milão, legando trabalhos nas áreas de artes plásticas – em especial, desenho e gravura – e design de marcas e produtos.


O Modular Delta hoje, com a placa da construtora que está restaurando as fachadas. O bloco azul já está quase pronto e iniciam-se os trabalhos no bloco verde.


Foto Nelson Kon


Foto Nelson Kon


Foto Nelson Kon


O condomínio está em plena reforma, eu me voluntarizei para fazer parte do Conselho Consultivo e ajudar a síndica na reforma… Agora vai!!!!

é isso, por fernando stickel [ 21:15 ]

marlene milan acayaba


Na festa de aniversário da nossa colega de FAUUSP, Marlene Milan Acayaba, com Sylvia Ficher e a aniversariante de vermelho.


A família Acayaba, na icônica residência dos anos 70 projetada pelo arquiteto Marcos Acayaba.


O interior da residência.


Eu, Augusto Livio Malzoni e o anfitrião Marcos Acayaba.

é isso, por fernando stickel [ 17:39 ]

voltei à fauusp


Depois de muitos anos voltei à FAUUSP, onde estudei de 1969 a 1973!


Descobri que o nosso prédio se chama “Edifício Vilanova Artigas” em homenagem ao arquiteto João Batista Vilanova Artigas.


A querida biblioteca!

é isso, por fernando stickel [ 17:41 ]

sonhei…

Sonhei que fazia parte um grupo de estudantes que iria à Faculdade de Arquitetura em Paris para uma palestra.
O grupo era uma mistura dos meus colegas da FAUUSP e do Colégio Santa Cruz.
Em um ônibus chegamos ao Campus, através de um imenso portão de ferro, que se abria sobre algo que tinha a cara da Park Avenue em New York, com as faculdades ocupando grandes prédios ao longo da avenida, e exuberantes jardins em seu centro.
Em uma longa caminhada chegamos ao prédio da Arquitetura, enorme, moderno, com muitas áreas verdes embutidas na parte de baixo de sua fachada.
Através de um pequeno elevador, muito apertado, entramos no prédio e chegamos a uma sala toda de madeira, paredes, teto e piso, onde tínhamos que sentar em uma carteira comprida para cerca de 24 pessoas 12 de cada lado. O processo para sentar era bem complicado, de encaixe, apertado. Na frente de cada lugar vários postais dos anos 40/50 com gravuras e caligrafias.
Nisto a imensa carteira começa a se movimentar e ganha enormes corredores, todos também de madeira, amplos, iluminados, muito bonitos.
Comecei a conversar em francês com uma moça vestida de short azul claro.
Percebi que em algum momento da viagem perdi minha mala cilíndrica listrada de branco e rosa…

é isso, por fernando stickel [ 13:18 ]

salvador candia

salvador candia 1
Encontrei na internet o livro de 2008 “Aproximações sobre a obra de Salvador Candia”, dissertação de mestrado na FAUUSP de Eduardo Rocha Ferroni. Folhear este livro é como revisitar meu passado… Os nomes, os projetos, as referências, toda a minha formação como arquiteto está lá. O Salvador foi o único mestre que tive na arte de projetar.
Ele também me inspirou a fumar charutos, muitos anos mais tarde…

salvador candia 2
A pág 71 registra minha colaboração no escritório, como estagiário e arquiteto recém formado, 1972-1974.

salvador candia 3
A pág 150 mostra o projeto que fiz para a fachada do Edifício Barão de Iguatemi.

é isso, por fernando stickel [ 21:28 ]

fernando stickel na folha de são paulo

f s paulo
O jornalista Toni Sciarretta do caderno “Morar” do jornal Folha de São Paulo do último domingo, 17 Abril 2016, me entrevistou sobre a minha experência como morador da Vila Olímpia.
Conversamos também sobre a série de fotos que realizei no bairro em 2003-2005, que acabaram por gerar a exposição “Vila Olímpia” na Pinacoteca do Estado de São Paulo em 2006, com curadoria de Diógenes Moura, e lançamento simultâneo do livro “Vila Olímpia” pela Editora Terceiro Nome.
A minha foto na matéria é da Raquel Cunha.

ENTREVISTA FERNANDO STICKEL

Vila Olímpia foi dos inferninhos aos arranha-céus

Fotógrafo registrou detalhes do dia a dia do bairro em que vive desde 1986 e reuniu as imagens em livro e em mostra na Pinacoteca.

RAIO X
NOME Fernando Diederichsen Stickel

IDADE 67

FORMAÇÃO Arquitetura na FAUUSP

OCUPAÇÃO Presidente da Fundação Stickel de oficina de artes na periferia e autor do blog “aqui tem coisa”

Artista plástico, fotógrafo, blogueiro e agora executivo do terceiro setor, o arquiteto Fernando Stickel, 67, vive na Vila Olímpia há 30 anos, época em que o bairro ficava submerso nas águas do córrego Uberaba, onde hoje fica a avenida Hélio Pellegrino. Pelas lentes de Stickel e pelo bairro, retratado no blog “aqui tem coisa”, iniciado em 2003, passaram diferentes tribos: motoqueiros dos anos 1990, inferninhos “de quinta categoria” dos anos 2000 e agora executivos dos prédios espelhados e estudantes do Insper e da Anhembi Morumbi.
Stickel, que nos anos 1990 manteve um loft e ateliê de 2.000 m² até se render à especulação imobiliária local, chegou fotografar os prédios espelhados que surgiam na região, mas não gostou do resultado. Preferiu retratar detalhes de fachadas, tapumes de prédios em construção, portas e janelas do bairro. O trabalho motivou uma exposição na Pinacoteca e virou o livro “Vila Olímpia” em 2006 (ed. Terceiro Nome).
Leia trechos da entrevista feita na Fundação Stickel, instituição sem fins lucrativos que faz trabalhos na Vila Nova Cachoeirinha e na Vila Brasilândia (zona norte).

Folha – Como era a Vila Olímpia quando você chegou?
Fernando Stickel – Estou no bairro desde 1986. Construí um loft na rua Ribeirão Claro com a Fiandeiras –era meu estúdio e residência. A Vila Olímpia era um bairro pobre. A Hélio Pellegrino era um córrego imundo com uma favela. Quando chovia, a água subia mais de um metro.
O bairro inteiro tinha tecnologias diferentes para conviver com as enchentes: escadinha, rampa… Eu tinha um portão com gaxeta de borracha, que virava uma comporta para barrar a água.
Foi assim até que veio a obra que canalizou o córrego. Em seguida, saiu a nova Faria Lima. Aí o bairro explodiu.
E a sua história de fotógrafo?
Minha história de fotógrafo começa em 2003, quando montei o blog “aqui tem coisa”. Falava do meu filho, minha mulher, meu cachorro e do bairro. Ainda não tinha máquina digital. Comprei e saí fotografando como doido. Participava do Fotolog, um serviço de blog de fotografia que acabou de morrer. Fui formando uma visão das ruas do bairro que acabou gerando três anos depois a mostra na Pinacoteca e o livro.
A máquina fotográfica tem a mesma característica de um pincel –mas, no lugar de tinta e pincel, tem uma máquina. A visão é de artista plástico. Tanto que muitas pessoas falavam que era uma pintura.

O que as fotos mostram que não existe mais?
Tem tapume, fachada, janela, porta, portão; algumas coisas ainda lembro onde estão, outras foram embora há décadas. Era um bairro de casinhas, oficinas mecânicas, borracheiros, botequinhos, papelaria, mercadinho de bairro. O que era um barzinho de esquina, hoje virou um restaurante de quilo.
Esses bares da esquina da Quatá e Nova Cidade começaram na fase áurea dos motoqueiros. Aqui era “point” dos motoqueiros. Depois vieram os inferninhos. Eram boates de quinta categoria.

Onde estão esses moradores?
O borracheiro foi embora; não cabe mais aqui. O mercadinho foi comprado ou fechou. E assim tudo foi se modificando. Um dia vem o mercado imobiliário e toca a sua campainha. Ligavam todos os dias: eram corretores, incorporadores…
Não adianta lutar contra, então vamos fazer da melhor forma possível. Vendi o terreno para uma sinagoga, que ficou linda. Pelo menos, não foi um predião.

Os moradores da Vila Olímpia foram organizados e tiveram voz no desenvolvimento do bairro, como ocorreu no Itaim, onde a população ajudou a conservar o patrimônio histórico?
Sim. O cidadão, quando pode, se organiza e põe o dedo na ferida. Qual é o valor disso? Existe, mas o poder econômico é maior. Na minha visão, o poder público é totalmente omisso –não regulamenta, não fiscaliza e é vendido. O resultado é essa cidade completamente desestruturada e carente de infraestrutura.

Você tentou fotografar os prédios espelhados?
Quando comecei, achava que também iria fotografar os espelhados”¦ Tentei, mas não faz minha cabeça. Outros fotógrafos vão fazer mil vezes melhor, provavelmente não tiram a foto do detalhe como eu. Até porque esse tipo de detalhe está sumindo.

O que seria o detalhe dos prédios espelhados? A grama amendoim do paisagismo?
É tudo muito igual. Talvez você vá achar pessoas interessantes que passam na frente desses prédios.

Você tem nostalgia daquela Vila Olímpia?
Minha nostalgia não vai para dez anos atrás. Vai para o Guarujá dos anos 1950, onde eu cresci. Não tenho saudade do tempo dos botecos, era infernal! Demorava 45 minutos para andar dois quarteirões. Depois, assim como veio, também foi embora.
Hoje diria que é um bairro tranquilo. Faço tudo o que preciso a pé. Andei durante muito tempo de moto até que tive um acidente. Tentei andar de bicicleta, mas fui atropelado por um motoboy, ainda antes da ciclovia.
Almoço com os estudantes e executivos. Essa mistura é excelente. Vi na Vila Olímpia uma transformação não só de cidade mas também de vida. E acho ótimo que vá embora essa minha vizinha [aponta para o sobradinho em frente, com placa de “vende-se”], que mandou derrubar uma árvore linda porque sujava a casa dela. (TONI SCIARRETTA)

Veja aqui o artigo “Fotógrafo registra em livro detalhes do dia a dia do bairro em que vive desde 1986” on line.

EM TEMPO: Recebi esta mensagem, acompanhada da foto da pintura, muito interessante e simpática!
“Olá Fernando
Estava viajando e não vi seu email. Então, esse é o quadro que minha mãe pintou baseado na foto do seu livro “Vila Olímpia”. Ela tb pintou mais dois que devem estar com a família.
Vou procurar saber para te enviar tb. O nome dela é Therezinha Fontes, já faleceu há dois anos, dei pra ela o seu livro de presente justamente por causa das fotos.
Espero que vc goste do resultado.
Um abraço
Cristina Teresa Fontes”

pintora

é isso, por fernando stickel [ 14:31 ]

und jangada

und jangada
Iris Di Ciommo, Lelé Chamma e eu éramos sócios do estúdio de design gráfico chamado “und”.
No Natal de 1978 pedimos ao nosso colega de classe da FAUUSP, Paulo Caruso para fazer uma charge, que ele gentilmente desenhou, imprimimos um cartão postal (bons tempos…) e enviamos para clientes e amigos.
Na cestinha, a minha filha (e da Iris) Fernanda com um aninho de idade… dois dias atrás, 29/10 ela completou 37!!!!
Desde os tempos do Cursinho Universitário ficávamos fascinados com a fantástica capacidade de desenhar e caricaturar dos gêmeos Chico e Paulo Caruso.

é isso, por fernando stickel [ 18:18 ]

acidente na rio-bahia


Finalzinho de 1968, ou início de 1969 recebi a notícia de que havia entrado na FAUUSP.
Meu amigo Edo Rocha, que também havia entrado e eu, fomos pra Bahia comemorar, no meu Fusca 68 bordô.
Passamos o carnaval em Salvador, e na volta eu guiava na Rio-Bahia sob uma garoa fina, a cerca de 80 km/h, quando vi uma mancha lisa, brilhante no asfalto, logo à minha frente.
Não teve jeito, derrapei pra direita, corrigi, sambei pro outro lado e capotamos barranco abaixo.
Eu cortei o supercílio e o Edo, quando saiu do carro e subia o barranco, cortou o joelho.
Fui costurado no hospital de Jequié, meio a sangue frio, os médicos e enfermeiros foram super simpáticos e até almoço me deram.
Conseguimos uma cegonha para levar o Volkswagen semi-destruido de volta para São Paulo, entramos num ônibus e dois dias depois a vida continuou em São Paulo…

fuscajequie
Encontrei este slide hoje, guardado há exatos 45 anos e ainda com a cor razoável…

é isso, por fernando stickel [ 13:42 ]