Erico João Siriuba Stickel (1920-2004)
Fosse vivo, meu pai completaria hoje 100 anos de idade!!!
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3 de abril de 2020
erico 100 anos
é isso, por fernando stickel [ 10:23 ]
30 de março de 2020
lili e a gripe espanhola
Lili, minha mãe Martha e meu tio Ernesto, anos 30, na casa da R. dos Franceses.
Minha avó Lili – Maria Elisa Arens Diederichsen (1883-1973), foi uma sobrevivente da gripe espanhola de 1918.
Ela se curou da gripe, mas teve como sequela uma lesão no pulmão que muitos anos mais tarde se transformaria em enfisema, doença que acabou sendo a causa de sua morte aos 90 anos de idade.
Ela tinha 35 anos de idade quando foi infectada em São Paulo pelo H1N1, a pandemia infectou 500 milhões de pessoas, cerca de um quarto da população mundial na época, e vitimou entre 50 e 100 milhões de pessoas no planeta, as vítimas preponderantemente adultos jovens.
Dois anos mais tarde nasceu a caçula da família, minha mãe Martha em 1920. Lili teve uma vida excelente, suas sequelas não diminuíram em nada seu vigor e alegria de viver. Dois anos ates de falecer o enfisema se manifestou, e ela passou a ter sintomas de falta de ar.
Lili no navio, com meu pai Erico, eu e minha irmã Sylvia, anos 50
Lili com minha irmã Sylvia na Suíça, anos 50
Lili com 87 anos, na festa do meu noivado com Maria Alice Kalil, 1970
A ciência tem dados das epidemias e pandemias, as curvas e as precauções são as mesmas…
é isso, por fernando stickel [ 9:23 ]
25 de fevereiro de 2020
encrencado aos 13 anos
A minha educação sexual foi praticamente inexistente, meu pai jogou na minha mão aos 13 anos de idade um calhamaço chamado “A nossa vida sexual” de um tal Dr. Fritz Kahn. A parte interessante do livro é que ele trazia algumas “gravuras” dos órgãos sexuais masculino (que eu já conhecia) e do feminino, o grande desconhecido!
A educação sexual informal da minha geração todos conhecem, os amigos e os catecismos do Carlos Zéfiro!
Encrencado como qualquer adolescente, coberto de eczemas, e já com pelos crescendo nas palmas das minhas mãos, meus pais acharam por bem que eu deveria ter ajuda profissional, e com 14 ou 15 anos de idade meu pai me levou ao Rio de Janeiro, para ser atendido pelo papa da psicologia, um tal de Mira Y Lopez.
No consultório da sumidade, um escuro apartamento em Copacabana, após as formalidades iniciais meu pai se afastou, o doutor fechou as portas com vitrais de seu estudio e eu fiquei frente a frente com o monstro.
Lembro que ele perguntava insistentemente quem eram os meus ídolos, e eu dizia que não os tinha, mas ele teimava:
– Mas você não gosta de futebol?
Eu dizia NÃO, e ele insistia:
– Mas você não gostaria de ter um autógrafo do seu jogador de futebol preferido?
– Eu pacientemente explicava ao doutor que não tinha o menor interesse por futebol.
Ou seja, a consulta foi um fiasco total.
O lucro da visita ao doutor são as deliciosas lembranças que ficaram daqueles dois ou três dias no Rio de Janeiro, sozinho com meu pai, a viagem de avião, o Aeroporto Santos Dumont, a hospedagem no Hotel Miramar, no Posto 6, os almoços em restaurantes à beira da praia, do vento e o cheiro do mar.
é isso, por fernando stickel [ 9:05 ]
21 de fevereiro de 2020
aniversário martha
Minha mãe Martha Diederichsen Stickel completa hoje, 21 Fevereiro 2020, 93 anos de idade!!! Parabéns Mamãe!!! Suas fiéis escudeiras Tide e Ivani a ladeiam na foto.
A Fundação Stickel também comemora o aniversário de sua instituidora, que com seu marido e meu pai Erico João Siriuba Stickel a criaram em 1954.
Que Mamãe continue a navegar acompanhada dos quatro filhos, Fernando, Sylvia, Ana Maria e Roberto, quatro netos, Fernanda, Antonio, Joana e Arthur e cinco bisnetos, Samuel, Rodrigo, Ian, Noah e Pedro.
Anos 60, Martha com 30 e poucos anos…
Familia quase completa no Natal 2019.
é isso, por fernando stickel [ 9:57 ]
17 de fevereiro de 2020
erico stickel
Encontrei na publicação “Quem é Quem no Brasil – Biografias Contemporâneas” Volume VI de 1961 o verbete alusivo ao meu pai.
A editora Sociedade Brasileira de Expansão Comercial Ltda se dedicava a traçar perfis de empreendedores e divulgar empresas.
STICKEL, Erico João Siriuba — Advogado e Industrial.
Nasceu a 3 de abril de 1920, em São Paulo (Capital). Filho do Sr. Arthur Stickel e de D. Erna Stickel.
Casado com D. Martha Diederichsen Stickel. Tem quatro filhos: Fernando, Sylvia, Ana Maria e Roberto.
Fêz seus estudos no Ginásio São Bento; Escola de Comércio “Alvares Penteado” e na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. É Oficial do Exército Brasileiro pelo CPOR; Diretor do grupo industrial S.A. Fiação para Malharia “Indiana”; S.A. Cotonifício Adelina; Argos Industrial S.A. e Lanificio Argos S.A.; Diretor do grupo Villares S.A. — Participações Industriais; Ibaté S.A. Agropecuária e Alduvi S A. Agrícola e Pecuária; Gerente Geral das firmas: Sociedade Agrícola e Comercial Siriuba Ltda.; Autogar Ltda. e Sociedade Hotel Toriba Ltda.; Presidente (instituidor) da Fundação Beneficente “Martha e Erico Stickel”, Presidente da Fundação “Visconde de Porto Seguro”; Vice-Presidente dos “Sanatorinhos” de Campos do Jordão; Conselheiro (vitalício e colaborador ativo) das Fundações: “Luiz Dumont Villares”, “Martius de Ciências, Artes e Letras” e “Instituto Hans Staden”. Pertence ao Jóquei Clube, e Automovel Clube de São Paulo; São Paulo F.C. e à Hípica Paulista.
Residência: Rua dos Franceses, 324 — Fone: 32-1160.
Escritorio: Largo do Ouvidor, 102 — 5.o andar — Fone: 32-5483 — S. Paulo.
Interessante a divulgação aberta de amplos dados pessoais, incluindo endereços e telefones, algo impensável no Brasil de hoje.
é isso, por fernando stickel [ 9:59 ]
7 de fevereiro de 2020
ernesto diederichsen
Meu amigo Vignoli me envia este texto sobre meu avô que eu não conhecia!
ERNESTO DIEDERICHSEN
in “Os precursores do progresso do Brasil” de Eddie Augusto da Silva-Rubens Veras-Julio Ewigkeit
Editora: Sociedade Brasileira de Expansão Comercial Ltda 1959
Nascido em São Paulo. em 19 de Setembro de 1878, faleceu na mesma cidade, em 20 de Outubro de 1949, aos 71 anos de uma longa vida dedicada ao trabalho construtivo, à prática de atos de bondade consciente e espontânea, como de patriotismo sem alardes.
Foram seus pais Bernardo Diederichsen e D. Ana da Rocha Leão Diederichsen. Casado com D. Maria Eliza Arens Diederichsen, teve os seguintes filhos: Bernardo; Leonor, casada com o Dr. Luiz Dumont Villares; Ernesto George casado com D. Maria Antonieta Ratto Diederichsen, e Martha, casada com o Dr. Erico João Siriuba Stickel. Seu pai, dono, com seu cunhado, da Fazenda Morumbi, situada nos arredores de São Paulo, onde se produzia chá, vinhos e hortaliças, mandou-o estudar na Alemanha. Voltando à sua terra, empregou-se na firma Theodor Wille & Cia. Secção Têxtil, cuja chefia lhe era entregue pouco tempo depois. Sua operosidade, dinamismo, inteligência e lealdade, elevaram-no, em breve, à categoria de sócio e chefe da filial paulista dessa poderosa e conhecida emprêsa.
São múltiplos e notáveis os empreendimentos pessoais de ERNESTO DIEDERICHSEN.
Em 1914 em sociedade com Luiz Trevisioli e Aleardo Borin, fundou uma fábrica de tecidos em Jundiai. Essa fábrica transformou-se no que é hoje a “Argos Industrial S/A” uma das mais pujantes organizações industriais do ramo. Acompanhado por alguns amigos ERNESTO DIEDERICHSEN fundou ainda a “S/A Fiação para Malharia Indiana”, o “Lanifício Argos S/A”, e adquiriu e ampliou a “S/A Cotonificio Adelina”.
Outros setores industriais beneficiaram-se também de sua inteligência criadora e de sua capacidade de organização. Assim. fundou a “Pró-Pecuária, Forragens Equilibradas, Limitada”, a “Indústria e Comércio de Adubos e Forragens ICAF, Ltda”, a “Indústria Brasileira de Óleos Vegetais, Ltda.”; além de indústrias para beneficiamento de fibras nacionais. como o rami, o caroá, indústrias de descaroçamento de algodão; de malharia; de tinturaria e beneficiamento de tecidos; emprêsa de navegação costeira; indústria eletrônica e de construções de máquinas e outras.
Espirito ativo e empreendedor, sempre inclinado a novos cometimentos, ERNESTO DIEDERICHSEN dedicou-se também a atividades imobiliárias, e nesse setor, em companhia do seu genro Luiz Dumont Villares dotou Campos do Jordão de um notável patrimônio, fazendo ali construir o conhecido Hotel Toriba.
Suas maneiras afáveis e sua bondade caracterizavam-se no trato não só com seus auxilares, como também com todos aqueles deparados na trajetória de sua operosa vida, quer ricos ou pobres, potentados ou humildes.
Tinha sempre voltada a sua atenção para o bem estar de todos os empregados de suas indústrias, junto às quais, antes que as leis para tanto obrigassem, fez instalar Creche, Ambulatório, Gabinete Médico, Escola primária, Cinema e Biblioteca.
A entidade que administra esses serviços nas indústrias de Jundiaí, a “Associação dos Empregados da Argos”, é autônoma e dirigida pelos próprios empregados.
Desse modo, ERNESTO DIEDERICHSEN inscreve-se, com justiça, entre aqueles que muito contribuiram para a grandeza Brasil.
E eu completo: Um pioneiro do Terceiro Setor!
é isso, por fernando stickel [ 15:38 ]
3 de outubro de 2018
stickel e turelli
Meu pai Erico Stickel e o diretor do Colégio Visconde de Porto Seguro, Amilcar Turelli. Os outros não sei quem são.
é isso, por fernando stickel [ 14:50 ]
3 de dezembro de 2016
erico stickel doou ao ieb
Meus pais Erico e Martha Stickel doaram em 2002 parte importante da biblioteca que meu pai criou durante sua vida de bibliófilo e estudioso da iconografia brasileira. Foram cerca de 4.000 volumes.
A instituição escolhida para a doação foi o Instituto de Estudos Brasileiros da USP – IEB, e a doação ocorreu em 2002, dois anos antes do falecimento do meu pai, em 25/12/2004.
é isso, por fernando stickel [ 8:37 ]
25 de outubro de 2016
atestado de regularidade
Atestado de Regularidade e Aprovação de Contas – Ministério Público do Estado de São Paulo – Curadoria das Fundações – Airton Graziolli – Promotor de Justiça Cível
Obter este certificado significa que desde 1997, quando meu pai Erico me empossou como o responsável pela Fundação Stickel, que está tudo em ordem na minha gestão.
Na verdade está tudo em ordem desde 1954, quando a Fundação foi instituida por meus pais Erico e Martha.
Não é mole manter uma instituição do Terceiro Setor neste padrão. No Brasil de hoje, aliás, não é mole manter qualquer tipo de negócio.
Ano após ano é uma satisfação receber este atestado, principalmente porque quem o assina é o Dr. Airton Graziolli, profissional extremamente competente, reconhecido por toda a comunidade do Terceiro Setor paulista.
é isso, por fernando stickel [ 14:11 ]
31 de janeiro de 2016
sonhei com meu pai
Sonhei que estava com meu pai Erico no pórtico de entrada da casa da família na Rua dos Franceses.
Estávamos de pé, um de frente para o outro, e ele me desabotoava a camisa, num gesto de carinho e intimidade.
é isso, por fernando stickel [ 7:22 ]
19 de janeiro de 2016
casamento martha e erico
Começo do ano é uma época tranquila para os projetos, portanto propícia para limpezas e organizações gerais no escritório.
Decidi abrir caixas de arquivo fechadas há décadas, e começo a descobrir pequenas jóias, como por exemplo o convite de casamento dos meus pais Martha e Erico em 6 Janeiro 1947.
Se meu pai estivesse vivo, aos 96 anos de idade, estaria casado há 69 anos…
Após a cerimônia religiosa, recepção na Rua dos Franceses 324 na Bela Vista, a casa onde minha mãe, eu e meus irmãos nasceram, e onde meus pais viveram até o falecimento do meu pai em 2004.
Menu amplo e curioso… A cargo do Automóvel Club de São Paulo.
é isso, por fernando stickel [ 14:36 ]
14 de dezembro de 2015
erico stickel por cerri
Meu pai Erico João Siriuba Stickel. Chuto que ele deveria ter nesta foto no máximo uns 20 anos, cursando direito na USP.
Fotógrafo Cerri, no Largo do Patriarca. Reparem a beleza do logotipo “Art-deco”
é isso, por fernando stickel [ 16:07 ]
29 de outubro de 2015
ouro velho
Mais uma foto antiga encontrada! O endereço do Edifício Siriuba, R. São Francisco 71, escrito pelo meu pai nas costas da foto.
Em destaque a entrada do Restaurante Ouro Velho, com um recepcionista uniformizado.
O luminoso, afixado na fachada do prédio.
Este prédio de seis andares e subsolo, sem garagem, foi construido pelo meu pai Erico Stickel no final dos anos 50, na esquina das ruas São Francisco e Ouvidor, no centro de São Paulo, com projeto arquitetonico de Oswaldo Bratke (1907-1997).
Aos sábados de manhã ele me convidava:
– Fernando, vamos ver o “predinho”?
E lá íamos nós ao centro da cidade visitar a obra, o momento culminante era andar no elevador de madeira da obra, eu devia ter 10 ou 11 anos de idade.
O prédio ficou pronto, meu pai se instalou no último andar, o restante do prédio era ocupado pelos escritórios da Argos Industrial do meu tio Ernesto George Diederichsen, cuja sala ficava no quinto andar.
Naquela época o centro da cidade era muito arrumado, ao ponto de meu pai exigir que eu colocasse terno e gravata “para ir ao centro”. Hoje está tudo degradado, sujo, uma tristeza…
Projetado pelo arquiteto Jacob Ruchti (1917-1974), no subsolo do prédio, com entrada pela Rua do Ouvidor 52, ficava o sofisticado restaurante Ouro Velho, muito conhecido nos anos 60 e 70 pelos almoços de executivos, palco de “power-lunches” e happy-hour. Era pequeno, acolhedor e decorado em estilo Brasil Colônia. Servia pratos clássicos como Chateaubriand e Camarão à Newburg.
As grandes ocasiões da família eram sempre comemoradas lá. O logotipo do restaurante tinha a letra “V” no lugar do “U”.
Mary Wynne, jornalista americana nascida no Texas e trabalhando em São Paulo, tinha uma coluna social no jornal ‘O Estado de S.Paulo’ chamada Carrossel “Mary”-Go-Round iniciada em meados da década de 1950 que durou toda a década de 1960. O texto sobre o Ouro Velho diz:
“Anteontem comecei a minha noite com uma visita ao meu “N.º 1 barman” Fritz no seu novíssimo Ouro Velho, lugar bonitinho e já com as suas novidades. Agora tem música suave e selecionada, “Background music” que não atrapalha a conversa e deixa o ambiente mais alegre.
E também tem ventiladores que continuamente renovam o ar, muito agradavel. Tanto o Fritz como os membros do seu excelente “staff”: o elegante “maitre” Jorge, o “barman” Rocha (que era ajudante do Fritz no Othon), o garção Rudy e o “chef” José Ferreira da Silva estão contentíssimos com o movimento da nova casa.
Este último, que foi treinado pelo “N.° 1 chef” Manolo Rimbau, está obtendo êxitos com seus pratos especiais que incluem “Escalope Parisiense”, “Lobster Newberg”, “Filet Ouro Velho”, “Chicken a la King” e brevemente será iniciado o serviço de “Chicken in the basket”, aquele delicioso frango frito que a gente come na mão.
Na semana que vem já deve ser colocado o lindo luminoso que o Fritz encomendou.”
é isso, por fernando stickel [ 0:26 ]
17 de agosto de 2015
willy kenzler
Com cerca de 16 anos de idade eu sofria de disturbios gastro-intestinais, tinha muita azia e vivia tomando Sal de Frutas…
Meus pais me levaram ao Instituto de Gastroenterologia (Hospital IGESP) do Dr. José Fernandes Pontes na R. Silvia, e lá, depois de consultas, exames, etc… me foi sugerido participar de uma terapia em grupo com o Dr. Wilhelm Kenzler.
Assim fiz, participei de longas e tediosas sessões, o terapeuta pouco ou nada falava, devolvia as questões ao grupo: “O que vocês acham?”
O curioso é que neste grupo conheci duas pessoas que me foram muito importantes naquele momento, Ricardo Hannud, de quem me tornei amigo, e Maria Alice Kalil, com quem namorei e depois me casei.
Por acidente, encontrei o perfil do Dr. Willy no site dos ex-alunos do Colégio Visconde de Porto Seguro, e me lembrei que meu pai Erico Stickel me contou certa feita que tinha patrocinado os estudos do Dr. Willy na Alemanha.
Do site dos Ex-alunos – Destaques
Wilhelm Kenzler (setembro/2013)
Descrever a vida de Wilhelm (Willy) Kenzler (1933-2012) com palavras não é tarefa simples. Formado em Medicina pela Universidade de São Paulo em 1957, Willy segue para a Alemanha, onde faz o seu Doutorado em Gastroenterologia na Universidade de Erlangen. Ainda na Alemanha, entra em contato com a Medicina Psicossomática, o que muda o seu rumo acadêmico: ele passa a dedicar-se à Psicanálise. Como médico no Brasil, encontra a Antroposofia e torna-se membro fundador da Associação Brasileira de Medicina Antroposófica. Fundou o programa inédito de ensino da Medicina na Faculdade de Medicina Santo Amaro, atual UNISA, incluindo assuntos da Psicologia Médica nos seis anos do currículo, sempre com o olhar para a humanização da Medicina. Ali atuou por 38 anos! Mas, além de médico, psicoterapeuta e professor universitário, Willy é também um amante da arte: produz inúmeros poemas, pinturas e esculturas.
Durante toda sua vida, Willy Kenzler atribuiu muito de seu sucesso profissional e social ao legado recebido do Colégio Visconde de Porto Seguro. Em 2006, expressou a sua gratidão e o seu carinho pela Instituição em um depoimento publicado no Anuário daquele ano:
“Entrei no Colégio (Deutsche Schule) em 1939, ele ficava na Praça Roosevelt. Nessa época, havia uma escola popular, bem mais barata. Era talvez um embrião do que é hoje a Escola da Comunidade, mas era direcionada à colônia de imigrantes alemães.
Meu pai tinha uma oficina chamada Oficina Eletromecânica Alemã e morávamos atrás dela, em uma espécie de cortiço. Éramos muito pobres, por isso fui estudar nessa escola mais barata.
Com a Guerra, o colégio popular foi fechado e fui estudar com os alunos mais ricos. Foi um choque. Meus colegas iam de Cadillac, e o meu me levava de motoneta. Fiquei no Colégio, pois era ótimo aluno, os professores tinham orgulho de mim. Meu pai morreu quando eu tinha 15 anos e ganhei uma bolsa integral no Porto, para concluir os meus estudos. Entrei em Medicina na USP. Depois de formado, fiz pós-graduação na Europa. Quando voltei, Dr. Turelli, meu tutor paternal, me convidou para ser médico do Porto, então trabalhei no Colégio por um tempo. Sempre tive uma forte ligação com a Escola.
Ainda estudante, fui uma espécie de diretor de natação. Fomos campeões muitas vezes. Quando eu estava no 2º ano do Ensino Médio (antigo 2º colegial), levei uma turma para competir com um clube de Marília, no interior do estado. Fomos recebidos pelo prefeito, que me entregou a bandeira da cidade, pois eu era o representante do Porto… aos 16 anos! Que confiança! Virei adulto.
Quando saí do Colégio, fundei a Associação dos Ex-alunos. Promovíamos bailes, conferências, concertos.
Graças ao Porto Seguro, eu cresci e saí da classe operária. Mudou minha vida profundamente, tanto cultural como economicamente. Dei um salto evolutivo. Sou conselheiro vitalício da Fundação Visconde de Porto Seguro, com orgulho e gratidão. Sou médico, terapeuta e professor universitário graças à oportunidade e apoio do meu Porto Seguro.”
é isso, por fernando stickel [ 16:33 ]
9 de agosto de 2015
pai herói
Por conta desta foto do pai dos meus amigos José e Roberto Rodrigo Octavio, publicada no Facebook lembrei do meu pai, Erico João Siriuba Stickel em circunstâncias bem interessantes!
Nas férias de Julho lá nos anos sessenta meu pai enfiou cinco moleques, entre 11 e 17 anos, em seu Alfa-Romeo JK e fomos para Minas Gerais! Infelizmente não tenho fotos desta viagem.
Se bem me lembro foram nesta viagem, além do meu pai ao volante o meu primo Bernardo, meu irmão Neco, meu amigo Klaus e o meu primo Renato (Pimp’s) O carro tinha banco inteiriço na frente, por isso cabiam três na frente e três atrás.
Lá no meio do sertão de lugar nenhum, final da tarde, envoltos em densas nuvens de poeira, encontramos uma pousada, se é que poderia ser denominada assim, os quartos estavam fechados, sem uso, ao serem abertos estavam totalmente empoeirados, parecia cena de filme.
Meu pai perguntou se teríamos algo para comer, diante da afirmativa sentamos e meu pai perguntou a cada um o que queria, acho que o máximo que o local poderia nos servir era um sanduiche de pão com mortadela e tubaína.
Naquela situação de penúria o Renato pediu: Tio Erico, quero melão com presunto!!!!
Situação digna de pai herói!!!
é isso, por fernando stickel [ 10:56 ]
18 de março de 2015
fundação e bandalheira
Esta é a visão da Sala do Curador, sobre o centro da minha amada cidade de São Paulo.
Estive ontem no 15º andar do Forum João Mendes conversando com o Curador das Fundações do Estado de São Paulo, Dr. Airton Grazzioli, profissional sério, competente e engajado, que conheço e admiro há vários anos.
Na capacidade de Diretor Presidente da Fundação Stickel, procurei esclarecer com ele alguns pontos sobre os quais tinha dúvidas, a conversa foi excelente, a troca de experiências é necessária pois as coisas mudam rapidamente, e assim também algumas doutrinas aplicáveis às Fundações. Recebi também de suas mãos o ATESTADO DE REGULARIDADE E APROVAÇÃO DE CONTAS referente a 2013.
Me qualifiquei ao cargo que ocupo assumindo corajosamente perante minha família o compromisso de ressuscitar a Fundação de um sono profundo de 30 anos. Este marco inicial de militancia no Terceiro Setor deu-se em 2004, poucos meses antes do falecimento de meu pai e instituidor da Fundação, Erico João Siriuba Stickel.
Ao longo dos últimos onze anos batendo a cabeça, enfrentando burrocracias inacreditáveis e as naturais dificuldades de qualquer empreendedor neste país, fui me capacitando e me especializando no Terceiro Setor, através de um MBA em Gestão e Empreendedorismo Social, no qual me graduei em 2009 e inúmeros outros cursos, seminários e congressos, tanto no Brasil como no exterior.
Aprendizado árduo, lento, trabalhoso em um ramo que grande parte da sociedade ainda olha com desconfiança, principalmente depois do desserviço prestado pelas bandallheiras em ONGs, o que acabou por gerar a gigantesca crise de confiança de 2007/2008, quando toda e qualquer instituição do Terceiro Setor foi jogada no mesmo balaio das ONGs corruptas.
E por que faço esta pequena retrospectiva?
Pela revolta e indignação que sinto a cada 24 horas, bombardeados que somos pelas notícias de roubos, corrupção, denúncias de safadezas inimagináveis envolvendo exatamente as pessoas que deveriam dar o exemplo para o país.
É difícil fazer a coisa certa, prestar contas, procurar caminhos, tentar obter melhores resultados, e, simultaneamente, conviver com o apodrecimento moral de um país com a dimensão do Brasil.
Ainda assim vamos em frente, mantendo o foco!
é isso, por fernando stickel [ 18:55 ]
11 de fevereiro de 2015
erico está leve!
Meu pai Erico Stickel (1920-2004), confortavelmente instalado em uma nuvem de esquina, deve estar se sentindo leve e vingado…
Sim, porque ontem no Tribunal de Justiça de São Paulo foi proferido, após mais de 20 anos, o voto que praticamente encerra processo injusto que ele e toda a família sofreu.
Depois eu conto mais, por ora basta este desagravo…
é isso, por fernando stickel [ 16:10 ]
26 de janeiro de 2015
fotos antigas
Minha mãe continua a desencavar umas fotos…
Meu avô Ernesto Diederichsen (1877-1949), com sua caçula Martha, minha mãe. Atrás, lendo, meu primo Luiz Diederichsen Villares (Luisinho).
Minha mãe Martha e meu pai Erico, namorando em Campos do Jordão.
Quando casaram em 1946, meu pai já era careca aos 26 anos, nesta foto ele deve ter algo como 24 e minha mãe 17.