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rouxinol 51, o catálogo

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A capa do catálogo

Em 2005/06 a Fundação Stickel dedicava-se ao projeto de implantação, ao longo de três anos, de um “Centro de Pesquisas sobre a Escola Brasil: e a Arte Contemporânea Paulista”, sob coordenação da Profª Drª Claudia Valladão de Mattos, constituindo um espaço de referência sobre este tema, aberto ao público, com múltiplas atividades, inclusive banco de dados informatizado.
A Escola Brasil: fundada em 1970, pelos artistas Luiz Paulo Baravelli, Carlos Fajardo, Frederico Nasser e José Resende, funcionou como instituição de ensino entre 1970 e 1974 e opôs-se às formas pedagógicas tradicionais. Sua proposta de aprendizagem baseava-se na vivência e na atividade artística como experimentação, apoiando-se fortemente no modelo de formação recebido pelos seus fundadores na convivência com Wesley Duke Lee.
Procurando romper com as formas de ensino tradicionais, fundadas numa relação autoritária entre professor e aluno, os quatro artistas organizaram a Escola, não em torno de um currículo fixo e progressivo, mas em torno das personalidades de cada um dos fundadores. Os Ateliês tinham o nome de seus professores com a constante modificação do conteúdo de acordo com a orientação do professor.

Este trabalho de pesquisa resultou na exposição ROUXINOL 51 – UM OLHAR SOBRE A ESCOLA BRASIL: com a edição de um catálogo, com projeto gráfico de Iris Di Ciommo e texto da Profª Drª Claudia Valladão de Mattos, a seguir:

“Arte é muitas coisas”:
sobre a Escola Brasil: e o ensino da arte contemporânea

Prof. Dra. Claudia Valladão de Mattos

Rouxinol 51. Nesse endereço funcionou entre 1970 e 1974 a Escola Brasil:. Seus fundadores, os jovens artistas Baravelli, Fajardo, Nasser e Resende, possuíam uma história comum de aprendizagem com Wesley Duke Lee, alguma experiência como professor e o desejo de realizar uma revolução no ensino das artes. De acordo com Baravelli, a idéia inicial de fundar uma escola foi de José Resende e surgiu na época em que, após terem sido ‘diplomados’ por Wesley, os quatro passaram a compartilhar um mesmo ateliê: “Um dia ele falou: ‘Olha, vamos lá no bar pedir um chopp que eu preciso conversar uma coisa com vocês aí, quero fazer uma proposta.’ ‘Está bom, vamos lá’. ‘Vamos fazer uma escola.’ ‘Escola? Como? Quem? Como fazer uma escola?’ ‘Essa coisa que a gente está fazendo aqui, a gente pode expandir, aumentar e tal’”.
Pouco depois, a experiência de ateliê comum terminou, tendo cada um alugado seu próprio espaço, mas a idéia da escola permaneceu viva. Ainda de acordo com Baravelli, nos dois anos seguintes os quatro artistas passaram a fazer uma espécie de teste piloto do que poderia ser a escola, até finalmente decidirem de fato realizá-la: “tínhamos discussões contínuas tentando dar corpo ao que seria o nosso ensino, o que seria a Escola Brasil:”, lembra Fajardo.
Claro estava que o fundamento da escola deveria ser suas próprias experiências como artistas. Mas que experiência exatamente tinham esses quatro jovens no momento da fundação da Escola Brasil:? E por que tal experiência exigia um novo projeto pedagógico?

Devemos lembrar que os quatro artistas começaram suas carreiras durante um período especialmente significativo para a história da arte brasileira. A passagem dos anos 60 para os anos 70 foi marcada por grandes transformações políticas, econômicas e sociais que alteraram significativamente o cenário das artes em São Paulo. Foram os anos da ditadura e da articulação de novas formas de resistência e sobrevivência cultural, mas também os anos do‘milagre econômico’ que proporcionou as condições para o surgimento da cultura de massas, para o nascimento de um mercado de arte, propriamente dito, e para uma internacionalização da produção artística. Ampliaram-se, num espaço relativamente curto de tempo, os horizontes tradicionais da arte, e ela passou a se caracterizar fundamentalmente por uma intensa experimentação, tanto no que se refere aos materiais, quanto a conceitos.

O convívio com Wesley Duke Lee havia posto os quatro artistas, desde muito cedo, em contato direto com os debates sobre arte que se desenvolviam então em São Paulo. As atividades do Grupo Rex, organizadas em torno da figura irreverente de Wesley, das quais participaram ‘milagre econômico’ que proporcionou as condições para o surgimento da cultura de massas, para o nascimento de um mercado de arte, propriamente dito, e para uma internacionalização da produção artística. Ampliaram-se, num espaço relativamente Resende, Fajardo e Nasser, atualizavam o pensamento de Duchamp, questionando as formas geralmente aceitas de arte, denunciando a relação entre arte e mercado e propondo novos modelos de atuação para o artista. No final da década de 60 também se multiplicaram as oportunidades para dialogar com a produção artística internacional mais recente. Um dos espaços privilegiados para isso eram as Bienais. A Bienal de 1967 trouxe uma mostra da arte Pop, por exemplo, e em 1969 uma exposição de arte conceitual. O MAC-USP, sob a direção de Walter Zanini, também tornou-se fórum da nova arte no início dos anos 70, abrindo espaço para exposições de jovens artistas e valorizando uma produção conceitual.

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Fajardo e Baravelli

Os futuros fundadores da Escola Brasil: circulavam por estes espaços e discutiam os novos rumos da arte. Nesse contexto, surgiu uma questão central: se a arte deixou de ser definida através de seus meios artesanais tradicionais (pintura, escultura, desenho, gravura) para ampliar-se e tornar-se “muitas coisas”, para citar a definição de arte que mais tarde nortearia as atividades da Escola Brasil:, as formas tradicionais de ensino da arte também deveriam mudar. Sabemos que o ensino tradicional das “belas artes” organizara-se, ao longo de vários séculos de tradição, em torno dos gêneros tornou-se fórum da nova arte no início dos anos 70, abrindo espaço para exposições de jovens artistas e valorizando uma produção conceitual. Os futuros fundadores da Escola Brasil: circulavam por estes espaços e discutiam os novos rumos da arte. Nesse artísticos que definiam o campo da arte então. Assim, o aluno ingressando em uma instituição voltada para a formação de artistas passaria por diversos ateliês onde as técnicas tradicionais vinculadas a cada um dos gêneros da arte eram transmitidas. Este cânone acadêmico mantinha-se, paradoxalmente, ainda vivo na década de 70 (e, diga-se de passagem, continua sendo adotado por muitas instituições de ensino de arte hoje), mesmo sendo totalmente incoerente com o novo modelo ampliado de arte que estava sendo adotado por uma nova geração de artistas.

Encontrar uma nova proposta de ensino que estivesse em sintonia com os novos modelos teóricos contemporâneos que circunscreviam o campo das artes, tornou-se o desafio principal dos quatro artistas fundadores da Escola Brasil:. Esta tarefa realizou-se não sem muita discussão e experimentação no decorrer dos anos em que funcionou a Escola. Se a Escola Brasil: deu alguma contribuição significativa para o campo das artes em São Paulo, foi através da realização desse novo modelo pedagógico. Um modelo que poderíamos denominar de “didática do processo” (por razões que ficaram claras a seguir) e que se mostrou mais coerente e em sintonia com uma definição contemporânea de arte.

A apostila que definia os princípios e objetivos da Escola Brasil: abria com as seguintes palavras que deixavam claro as intenções de seus autores: “Brasil: não é uma escola de arte no sentido usual. Nas escolas de arte, em geral, o que interessa primeiro são as matérias, o aprendizado ‘teórico’. Elas estão preocupadas com os resultados imediatos e com a especialização, dando aos alunos um falso conhecimento artístico, fragmentando-o e reduzindo-o a modalidades acadêmicas de expressão. Em Brasil: o mais importante é o interesse do aluno e suas experiências. A ênfase está na experimentação constante, na investigação do processo criativo, no investigar durante o fazer, no conhecimento artístico como um todo.” Concluindo: “O processo de envolvimento do aluno durante o trabalho interessa mais do que o resultado final desse trabalho.”
Os princípios fundamentais expressos aqui valorizam o elemento conceitual (em sentido amplo) da arte, expresso através da idéia de processo. A arte deixou de ser definida através de seus materiais intrínsecos para tornar-se reflexão sobre a realidade, produzida por uma mente criativa e investigativa que lança mão, para tanto, de qualquer tipo de material para expressar-se.

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Créditos das imagens do catálogo

A estrutura do curso da Escola Brasil: espelhava esta concepção contemporânea de arte. Ao invés de organizar a Escola por ateliês ligados a diferentes meios: pintura, gravura, escultura, etc., Baravelli, Fajardo, Nasser e Resende optaram por distribuir as aulas em quatro ateliês, cada um vinculado a um deles. Nesses ateliês ocorriam atividades as mais diversas, visando estimular a criatividade e a capacidade discursiva do aluno. “A minha idéia era fazer perceber que a arte é uma linguagem que opera em todos os níveis”, recordaria Frederico Nasser em um depoimento para a revista Arte em São Paulo, em 1984.
Aprender a operar com essa linguagem seria o objetivo primeiro do curso. A apostila Brasil: descreve alguns dos exercícios idealizados para cada ateliê. Fajardo, por exemplo, propunha diferentes temas e pedia para que os alunos se manifestassem. Remontar um texto de James Joyce, criar uma topografia com massa de modelagem, ou trabalhar a partir do I-Ching, eram algumas das atividades propostas. Já o José Resende priorizava a questão da relação aluno/espaço, desenvolvendo atividades como caminhar pela escola com um rolo de barbante, ou realizar uma intervenção no espaço, acendendo e apagando as luzes. Tais investigações sobre o espaço ocorriam também fora da sala de aula, em exercícios denominados “atividades de percurso”, onde os alunos saíam para explorar a malha urbana da cidade de São Paulo.

O conceito ampliado de arte que embasava a pedagogia da Escola Brasil: permitiu ainda a ampliação do âmbito de formação do aluno. Aprender a operar de forma criativa com a linguagem das artes plásticas poderia não só ajudar na formação de um artista, mas também de outros agentes culturais, como galeristas, diretores de museus, etc.
A herança duchampiana que marcava o modelo de arte adotado pelo fundadores da Escola alertava para a impossibilidade de compreender a arte fora de seus circuitos e este princípio era levado a sério. Assim, a Escola Brasil: ajudou a formar alguns galeristas, como Luisa Strina e Regina Boni, designers e outros profissionais vinculados ao campo das artes que, como vimos, se expandia em São Paulo.

Um olhar retrospectivo sobre as atividades da Escola Brasil: nos anos de sua atuação talvez nos permita considerá-la como a primeira escola de arte verdadeiramente contemporânea em São Paulo. A presente exposição que traz uma série inédita de fotografias tiradas durante os anos de funcionamento da Escola, acompanhada de trabalhos dos alunos realizados na época, configura-se como uma tentativa de reconstruir o cotidiano da escola e com ele ressaltar a originalidade do projeto pedagógico desenvolvido ali.

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Placa da Av. Rouxinol em Moema, São Paulo, onde se localizava a Escola Brasil:

é isso, por fernando stickel [ 14:36 ]

cassio michalany na arte em s.p.


O artista plástico Cassio Michalany no portão de seu estúdio na R. Lourenço de Almeida, Vila Nova Conceição, início dos anos 80.
Abaixo o texto que escrevi sobre o artista, publicado na Revista Arte em São Paulo Nº 1, editada por Luis Paulo Baravelli em 1981.

C. M.
por Fernando Stickel

“Não me interessa a arte, me interessam os artistas.”
Marcel Duchamp

“A vida como toda obra de arte verdadeira é, apesar de tudo, sempre positiva.”
Barnett Newman

Bom dia!
O portão é verde.
O trinco é frouxo.
O homem é forte.
Trata-se do meu amigo Cassio Michalany. Toco a campainha. Às vezes ele encaixa bilhetes assim: “Volto daqui a 10 minutos” ou então “Estou no banho. Toque a campainha e espere um pouco”. Às vezes são as visitas que deixam recados, na maioria das vezes brancos, no portão verde capenga. Quando chove toco a campainha com extremo cuidado. Tenho medo de choque.
Cassio zela pela sua intimidade. De vez em quando ele tapa os buracos do portão com durepóxi e pinta de verde por cima. O portão é na rua. A casa é nos fundos.
O pátio cimentado tem tufos de capim e uma mancha de musgo no canto. Às vezes aparece um formigueiro. Cassio deixa as formigas em paz. Elas constroem esculturas no cimento. Às vezes a chuva leva tudo embora. Às vezes, quando necessário, vem um amigo que arranca os tufos de capim, deixando tudo limpo. Fica todo mundo suando e toma-se um banho no chuveiro pendurado na parede de reboco amarelado e solto.
Do pátio cimentado entra-se na cozinha através de um pequeno pórtico guarnecido de um prelo inútil e de um cano de água que vaza.
Quando a porta da cozinha está aberta, Cassio está em casa. Na cozinha, um fogão senil, uma Consul fiel, uma bicicleta e muitos garrafões de água mineral, tudo em cima dos ladrilhos hidráulicos. O piso é policromado de branco, preto e cinza. A bicicleta é branca, mas tem pneus cinza.
Cassio toma muita água, sempre. “É hidroterapia”, diz ele. De manhã, à tarde e à noite, várias vezes por noite. Depois fica suando no travesseiro.
Sendo necessário ver trabalhos antigos, convites de exposição ou não esquecer de pagar a conta da luz, Cassio pendura tudo nas paredes da cozinha. É o local obrigatório, sede do processo hidráulico.
Quando é de manhã bem cedo Cassio acorda sozinho e combate a vigília inútil na horizontal. Depois abre a janela, liga a FM, toma água, dá um tempo.
“Alimente-se bem, meu filho.” Com essas palavras ecoando há vários anos no seu ouvido, Cassio, o nadador, toma um café da manhã extremamente saudável. Esse é um dos seus segredos. E a água. E a postura.
Bom, está tudo pronto. É a hora do atleta. Cassio fecha a casa, toma a bicicleta e vai nadar fora d’água. São várias voltas. Seu caminho passa invariavelmente em frente a minha casa. Às vezes ele pára e conversamos. Às vezes na calçada, às vezes no sofá. Cassio toma água, meio a meio, “para não rachar o bloco…”. Às vezes tem um cafezinho.
Ele costuma dar de presente de aniversário para Tati, a minha filha, uma tela de 15 x 15 cm. Um ladrilho tecido e pintado a mão. Ela já tem quatro. Um de quando nasceu e mais três dos outros anos. Ela adora. Tio Cassio é meu compadre. Um dia Tati pediu: “Papai, vamos pendurar os quadros do tio Cassio?”. Ela determinou os locais e eu preguei. Tudo fora de nível.
Quando Cassio corre muito forte na bicicleta, ele solta uns berros danados. Diz que faz bem. Enquanto pedala, observa. Vai olhando as coisas, cheirando os cheiros. Observando.
Com a cabeça feita, guarda a bicicleta na cozinha, faz um cafezinho, lê o jornal, dá um tempo. Toma banho, faz a barba e põe uma roupa discreta. Às vezes é muito discreta
Aí é hora do almoço. Pega a Brasília verde, abre os portões verdes e sai devagar, para não forçar a embreagem. Cassio nunca corre, e os carros ficam mal-acostumados.
À tarde, com as baterias carregadas quase até a boca, Cassio volta para casa. Abrem-se os portões verdes da rua. Abre-se a porta da cozinha. Abrem-se pela primeira vez os portões também verdes do estúdio. Lá dentro está quente e silencioso. Enquanto o calor sai e os ruídos entram, Cassio põe uma roupa muito discreta, inteiramente policromada e rasgada em alguns pontos. É a roupa de trabalho.
Lentamente o momento vai se aproximando. As baterias estão explodindo. Acendem-se as luzes do estúdio.
É a hora do trabalho.
Cassio monta os cavaletes para trabalho horizontal. Os móveis e as coisas do estúdio olham tudo com extrema atenção. Lá fora, o céu adquire tons cinza-róseo ou azul-esverdeado, conforme o dia.
As telas virgens estão ávidas. Cassio prepara as tintas. Os potinhos de iogurte, sorvete e chantili vão se enchendo de cores. Ele vai mexendo, testando, adicionando, alterando, até chegar no ponto. É mais ou menos como fios de ovos das cores malucas e escuras. É o néctar.
Enquanto isso os pincéis descansam olhando para o teto, como se não fosse com eles. As trinchas, em compensação, ficam meio pensas, olhando de lado. Elas sabem que o assunto é com elas.
Cassio espalha o néctar sobre a tela com uma trincha larga. As cores tomam corpo. O momento é de tensão. As camadas se sucedem. O néctar pinga no chão de cimento ultrapolicromado por anos de processo pictórico. A coisa vai solta.
As telas permanecem na horizontal. Cassio manipula a obra com extremo cuidado. Com muito carinho, resiste à curiosidade de olhar o trabalho, na vertical, até que a tinta seque. Ela não vai escorrer, mas ele é cismado.
É a hora da realização.
Enquanto espera o momento da próxima camada, Cassio respira fundo, acende um cigarro, vai até a cozinha, tira uma bandeja de gelo da Consul, põe quase todas as pedras no isopor e algumas no copo preferido, uísque por cima. Liga o som, senta na cadeira azul de diretor e vai ouvindo jazz, jazz, jazz.
As baterias estão ótimas, o astral é total. Mais umas camadas. Mais testes, mais néctar. A coisa chega ao final. Do dia. O resultado é só na manhã seguinte, com a tinta bem seca.
Cansado, o artista troca de roupa, acende um cigarro e sai para jantar. As baterias descarregam-se suavemente.
A rotina das portas e portões se repete ainda uma vez. Cassio volta para casa e guarda a Brasília verde. Respira fundo, olha o céu escuro. Sente a satisfação formigando, do peito às extremidades. Mais um pouco e está deitado. Liga a FM, dá um tempo, apaga a luz.
Boa noite, C. M.

é isso, por fernando stickel [ 23:39 ]

visita ao baravelli

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Visita dos alunos do curso “Aproximações com a Arte” promovido pela Fundação Stickel, ao estúdio do artista plástico Luis Paulo Baravelli, na Granja Viana.

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Baravelli falou ao grupo sobre a vida de artista, suas características, suas rotinas, seu método de trabalho. Organizadíssimo, ele colocou em seu perfil no Flickr 99% de toda a sua obra, confira aqui.

é isso, por fernando stickel [ 18:44 ]

catálogo fjn


Catálogo da exposição BFNR de Frederico Nasser, dedicado pelo autor a mim e Alice Kalil em 22 Agosto 1970.
A foto da capa foi feita pelo Frederico em um sítio do meu cunhado Jorge Kalil em Atibaia, é ele que aparece mais à frente de camisa listada. Eu estou sem camisa.


Este catálogo da exposição BFNR é um verdadeiro blog pré computador… Assim diz sua ficha técnica:

por Frederico Jayme Nasser foi editado por Editora Matra, S. P., e impresso em off-set na Gráfica Urupês, S. P., em julho de 1970, numa tiragem de 3.000 exemplares, para a exposição Baravelli Fajardo Nasser Resende, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro/agôsto de 1970 , Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo/ setembro de 1970.
Todos os direitos reservados pelo autor. Fotografias por Fernando Stickel, Wesley Duke Lee, Luís Eduardo Casal del Rey, José Xavier, Manoel Dias de Toledo, Augusto Livio Malzoni e pelo autor.

A foto da casa é de minha autoria. O tempo passa, a cidade transforma-se, os muros sobem, as famílias mudam…


Casa dos pais do Frederico, Jayme e Eliza Nasser na Praça Simon Bolivar, por volta de 2012. Estive algumas poucas vezes nesta casa, em uma das visitas Frederico preparava, já atrasado, os desenhos que iriam para a exposição BFNR, a sala de visitas da casa tinha os grandes desenhos espalhados no chão, sobre a mesa, sobre o sofá, e Frederico andava entre eles dando um retoque aqui, outro ali…

é isso, por fernando stickel [ 18:00 ]

campeonato snipe

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CAMPEONATO LESTE BRASILEIRO CLASSE SNIPE
02, 03 e 04 de julho de 2010

ORGANIZAÇÃO
Iate Clube do Rio de Janeiro
Cabo Frio – RJ

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Mario Sacconi e eu viajamos para Cabo Frio na quinta ao meio-dia, e chegamos de volta ao YCSA na Represa de Guarapiranga ontem, às 19:00h. Em condições normais, sem congestionamentos são cerca de sete horas na estrada…
Foram duas regatas na sexta-feira e duas no sábado, as duas do domingo não fizemos para poder preparar o barco para a viagem e chegar cedo.
Nossa posição nas quatro regatas foi de 20º lugar, para um total de 26 participantes, resultado excelente, considerando que no grupo havia competidores com inúmeros troféus internacionais, como Bruno Bethlem e Ivan Valente, além de vários outros “feras”.
Além disso nossas idades somam 117 anos e o peso soma 170kg, muitas das tripulações concorrentes são bem mais jovens e mais leves.
O resultado, além de um brutal aumento na minha experiência e no treino da tripulação, foram dores generalizadas, exaustão total ao final das regatas, noites de doze horas de sono, e os meus dedos parecem salsichas “overstuffed”, duros, doídos, parece que com qualquer coisa eles vão estourar!

perc
Estes foram os percursos que fizemos, um de cada em cada dia. O segundo é mais longo e cansativo, no total são cerca de duas horas de regata/dia.

tarde cabo frio
Final da tarde em Cabo Frio.
Me lembrei de um fantástico fim de semana nos anos setenta, na casa preta do tio Bubi, tio da Gilda e da Monica Vogt, cheio de amigos, a casa explodindo, entre outros minha memória acusa:
Baravelli e Sakae
Zé Resende e Sofia
Fajardo e Renata
Frederico Nasser
Ricardo Alves Lima
Dudi e Gilda
Mané Leão
Monica Vogt
Eu e Alice

é isso, por fernando stickel [ 7:52 ]

baravelli e sakae

bara
Momento Raro: Sr. e Sra. Luis Paulo Baravelli, em um jantar na capital do Estado de São Paulo, fora dos seus domínios da Granja Viana.

Isto equivale mais ou menos em estranheza a um jacaré no Lincoln Center, ou o ectoplasma do Tim Maia visitando o Edir Macedo.

Evento mais raro ainda é a gargalhada da Sra. Baravelli, minha querida colega de FAUUSP, Sakae Ishii. Tudo gravado agora a pouco pela câmera do meu iPhone.

Passam-se décadas, encontramos os amigos fugazmente, e lembramos do tempo em que eu morava em New York e me correspondia com o Baravelli, pena no papel, envelope, selo, correio.
Cada rodada de correspondência trazia, além das abobrinhas costumeiras, o desafio dos anagramas: Quem é? As regras eram simples, tinha que ser alguém do mundo das artes plásticas.
Lembro-me que fizemos entre outros, a Regina Boni e a Luisa Strina, só não me lembro o resultado…
Este foi o brilhante fecho do meu aniversário!

é isso, por fernando stickel [ 0:32 ]

infame!!!

Atualização das PIADINHAS INFAMES by Baravelli:

O que é um fuio?
É um buiaco.

é isso, por fernando stickel [ 0:12 ]

meu aniversário

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Este ano decidi não fazer nada, absolutamente nada de especial no meu aniversário, e já fui atropelado logo cedo no café da manhã pelo carinho da minha empregada Josi, que me trouxe um bolo de presente.
A Sandra ajudou a cantar parabéns pra você e apagar as velas que dizem 61, ou seria 16?…
A rotina se quebrará novamente na hora do almoço, pois o meu filho Arthur tem exame na Mobile, aqui do lado, e almoçará comigo.
À noite, trabalho na Galeria Sergio Caribé, onde a Fundação Stickel lança livro do Baravelli.

é isso, por fernando stickel [ 8:33 ]

baravelli no sergio caribé

baravelli
Fundação Stickel convida para exposição e lançamento do livro: 
 
LUIZ PAULO BARAVELLI – COMENTA SEU TRABALHO
 
Terça-feira 6 de outubro às 19hs
 
Galeria Sergio Caribé 
Exposição 7 a 20 Outubro 2009
R. João Lourenço 79 – Vila Nova Conceição
04508-030 São Paulo SP tel 11 3842 5135
  
RSVP pelo e-mail: viviane.oliveira@br.bnpparibas.com  ou tel 11 3841 3267
Estacionamento no local com manobrista 
 
Realização: Editora J.J. Carol
 
Patrocínio: Fundação Stickel  

Apoio: Banco BNP Paribas Brasil  
Galeria Sergio Caribé 

PS de Fernando Stickel: Neste dia 6/10/09 entro na versão 6.1…

é isso, por fernando stickel [ 9:03 ]

fabio moreira leite

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Fabio Moreira Leite e Luis Paulo Baravelli.

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Fabio Moreira Leite e Clauke.

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Guto Lacaz, Sandra Pierzchalski, Fabio Moreira Leite e Ana Baravelli.

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Fabio Moreira Leite e Isabelle Ribot.

Soube recentemente que o artista plástico Fabio Moreira Leite (1951 – 2009) faleceu vítima de câncer. Espero que ele esteja bem, onde estiver, o câncer que o levou foi o mesmo que levou meu pai. Terrível.
Conhecia o Fabio desde sempre, encontrava-o muito pouco, em exposições ou eventos, e não sabia que ele era irmão do jornalista Paulo Moreira Leite, que conheci décadas atrás e nunca mais encontrei. O Paulo fez uma homenagem ao irmão no seu blog, veja aqui.
As fotos do Fabio tirei na exposição do Baravelli, a primeira que realizamos inaugurando o Espaço Fundação Stickel, em 15 Outubro 2005.

é isso, por fernando stickel [ 17:05 ]

baravelli na ac galeria


Na foto, Baravelli e a equipe da galeria, e eu e as mulheres…

Fui visitar hoje à tarde a exposição “Mulheres Verticais” do Baravelli, na AC Galeria de Ana Claudia Roso.

é isso, por fernando stickel [ 23:41 ]

rouxinol 51


Prefeitura Municipal de Campinas e Fundação Stickel convidam para a abertura da exposição:

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UM OLHAR SOBRE A ESCOLA BRASIL:
Curadoria: Claudia Valladão de Mattos

Abertura: Terça-feira 3 de Abril às 20h

Exposição: 3 Abril a 20 Maio 2007
terça a sexta-feira das 9 às17h sábado das 9 às 16h domingo das 9 às 13h

Museu de Arte Contemporânea de Campinas José Pancetti – MACC
R. Benjamin Constant 1633 Centro de Campinas
tel 19 2116-0346

Idealização: Fundação Stickel

Esta exposição é parte de um projeto que implantará ao longo de três anos um “Centro de Pesquisas sobre a Escola Brasil: e a Arte Contemporânea Paulista” constituindo um espaço de referência sobre este tema, aberto ao público, com múltiplas atividades.
A Escola Brasil: fundada em 1970, pelos artistas José Resende, Carlos Fajardo, Luiz Paulo Baravelli e Frederico Nasser, funcionou como instituição de ensino entre 1970 e 1974 e opôs-se às formas pedagógicas tradicionais. Sua proposta de aprendizagem baseava-se na vivência e na atividade artística como experimentação, apoiando-se fortemente no modelo de formação recebido pelos seus fundadores na convivência com Wesley Duke Lee.
Procurando romper com as formas de ensino tradicionais, fundadas numa relação autoritária entre professor e aluno, os quatro artistas organizaram a Escola, não em torno de um currículo fixo e progressivo, mas em torno das personalidades de cada um dos fundadores. Os Ateliês tinham o nome de seus professores com a constante modificação do conteúdo de acordo com a orientação do professor.

A exposição apresenta:

– 60 fotos, em grandes ampliações, do cotidiano da EscolaBrasil:
– Trabalhos realizados nos Ateliês, de ex-alunos da escola como Leila Ferraz, Fernando Stickel, Suca Mattos Mazzamati, Gilda Maia Rosa, Flávia Ribeiro, José Carlos BOI Cezar Ferreira, Helena Carvalhosa, Sara Goldman-Belz, Gemma Giafonne.
– Documentos da época como cartas, apostilas, panfletos de divulgação, a única edição do jornal da Escola, Dois Pontos, revistas, catálogos das exposições dos professores nos anos 70 e o programa com a filosofia da escola estarão expostos em vitrines.
– Vídeo com entrevistas com os professores
– Distribuição de um catálogo gratuito, com texto da Profª Drª Claudia Valladão de Mattos e ilustrações diversas.
– Distribuição da reedição do trabalho de 1978 de Helena Carvalhosa e Regina Sawaya, “Sobre a Escola Brasil:”

Desde o final de 2006 a Fundação Stickel deixou de ter espaço para exposições. Esta mostra no MACC Campinas é o primeiro fruto de parcerias, estratégia atual para concretização de exposições.

é isso, por fernando stickel [ 21:10 ]

cooperativa


Lá nos anos 80 o Dudi Maia Rosa e o Baravelli me dedicaram este cartaz, cada um assinando a assinatura do outro. Na verdade todo mundo sabia fazer a assinatura dos outros amigos artistas.

é isso, por fernando stickel [ 11:50 ]

final de ciclo


A exposição da Luise Weiss no Espaço Fundação Stickel encerra um ciclo de nove exposições, desde Outubro 2005:

LUISE WEISS – SAGA
JUAN ESTEVES E JOAQUIM MARQUES – Fotografias
ROUXINOL 51 – UM OLHAR SOBRE A ESCOLA BRASIL:
FERES KHOURY – Desenhos de grandes dimensões
4 LINHAS – Carla Ricciuti, Cris Mie, Malvina Sammarone, Renata Cook
JOSÉ CARLOS BOI CEZAR FERREIRA – Pinturas
MAGY IMOBERDORF
CÁSSIA GONÇALVES – Grafo esculturas transparentes
LUIZ PAULO BARAVELLI – Pinturas da Série Arte e Ilusão

Trabalhamos muito e com enorme prazer para que tudo isso fosse possível. Iniciamos com a exposição do Baravelli, e a cada exposição sentimo-nos mais e mais no caminho correto. Em 2007 a Fundação Stickel não terá mais disponível o espaço de exposições da R. Ribeirão Claro, teremos que procurar outro espaço, se possível com parcerias, ou outras soluções, mas com a certeza absoluta de que o rumo será mantido.

é isso, por fernando stickel [ 18:12 ]

rouxinol 51


No Espaço Fundação Stickel, a inauguração da exposição
ROUXINOL 51
UM OLHAR SOBRE A ESCOLA BRASIL:
Na foto de cima, da esq. para a direita: Gilda Vogt Maia Rosa, Carlos Fajardo, Dudi Maia Rosa, eu, José Carlos BOI Cezar Ferreira.
Em baixo, Clauke com sua camiseta “dois pontos” e Luiz Paulo Baravelli.

é isso, por fernando stickel [ 10:13 ]

montagem rouxinol 51


Fundação Stickel convida para a abertura da exposição

ROUXINOL 51
UM OLHAR SOBRE A ESCOLA BRASIL:
Curadoria: Claudia Valladão de Mattos

Abertura: sábado, 23 de setembro das 16 às 20h

Exposição: 23 setembro a 29 outubro de 2006
segunda a sexta-feira das 14 às 20h
sábado das 11 às 15h

Espaço Fundação Stickel – R. Ribeirão Claro 37 Vila Olímpia
04549 060 São Paulo
tel 11 3849 8906

Patrocínio: Fundação Stickel

Esta exposição é parte de um projeto que implantará ao longo de três anos um “Centro de Pesquisas sobre a Escola Brasil: e a Arte Contemporânea Paulista” constituindo um espaço de referência sobre este tema, aberto ao público, com múltiplas atividades.
A Escola Brasil: fundada em 1970, pelos artistas José Resende, Carlos Fajardo, Luiz Paulo Baravelli e Frederico Nasser, funcionou como instituição de ensino entre 1970 e 1974 e opôs-se às formas pedagógicas tradicionais. Sua proposta de aprendizagem baseava-se na vivência e na atividade artística como experimentação, apoiando-se fortemente no modelo de formação recebido pelos seus fundadores na convivência com Wesley Duke Lee.
Procurando romper com as formas de ensino tradicionais, fundadas numa relação autoritária entre professor e aluno, os quatro artistas organizaram a Escola, não em torno de um currículo fixo e progressivo, mas em torno das personalidades de cada um dos fundadores. Os Ateliês tinham o nome de seus professores com a constante modificação do conteúdo de acordo com a orientação do professor.

A exposição apresenta:

– 60 fotos, em grandes ampliações, do cotidiano da EscolaBrasil:
– Trabalhos realizados nos Ateliês, de ex-alunos da escola como Leila Ferraz, Fernando Stickel, Suca Mattos Mazzamati, Gilda Maia Rosa, Flávia Ribeiro, José Carlos BOI Cezar Ferreira, Helena Carvalhosa, Sara Goldman-Belz, Gemma Giafonne.
– Documentos da época como cartas, apostilas, panfletos de divulgação, a única edição do jornal da Escola, Dois Pontos, revistas, catálogos das exposições dos professores nos anos 70 e o programa com a filosofia da escola estarão expostos em vitrines.
– Uma estação com dois computadores estará a disposição do público, para consulta ao banco de dados da Escola Brasil:
– Projeção em tela das informações do banco de dados.
– “Cristaleira’ do BOI, com esculturas de Baravelli, Fajardo, Resende, Dudi, Megumi, Fernando Stickel e Guto Lacaz.
– Vídeo com entrevistas com os professores
– Distribuição de um catálogo gratuito, com texto da Profª Drª Claudia Valladão de Mattos e ilustrações diversas.
– Distribuição da reedição do trabalho de 1978 de Helena Carvalhosa e Regina Sawaya, “Sobre a Escola Brasil:”

PS: A montagem está sensacional, a equipe de parabéns, vai ficar o máximo!
Não deixem de visitar amanhã, sábado, a partir das 16 horas.

é isso, por fernando stickel [ 10:49 ]

rouxinol 51


Fundação Stickel convida para a abertura da exposição

ROUXINOL 51
UM OLHAR SOBRE A ESCOLA BRASIL:
Curadoria: Claudia Valladão de Mattos

Abertura: sábado, 23 de setembro das 16 às 20h

Exposição: 23 setembro a 29 outubro de 2006
segunda a sexta-feira das 14 às 20h
sábado das 11 às 15h

Espaço Fundação Stickel – R. Ribeirão Claro 37 Vila Olímpia
04549 060 São Paulo
tel 11 3849 8906

Patrocínio: Fundação Stickel

Esta exposição é parte de um projeto que implantará ao longo de três anos um “Centro de Pesquisas sobre a Escola Brasil: e a Arte Contemporânea Paulista” constituindo um espaço de referência sobre este tema, aberto ao público, com múltiplas atividades.
A Escola Brasil: fundada em 1970, pelos artistas José Resende, Carlos Fajardo, Luiz Paulo Baravelli e Frederico Nasser, funcionou como instituição de ensino entre 1970 e 1974 e opôs-se às formas pedagógicas tradicionais. Sua proposta de aprendizagem baseava-se na vivência e na atividade artística como experimentação, apoiando-se fortemente no modelo de formação recebido pelos seus fundadores na convivência com Wesley Duke Lee.
Procurando romper com as formas de ensino tradicionais, fundadas numa relação autoritária entre professor e aluno, os quatro artistas organizaram a Escola, não em torno de um currículo fixo e progressivo, mas em torno das personalidades de cada um dos fundadores. Os Ateliês tinham o nome de seus professores com a constante modificação do conteúdo de acordo com a orientação do professor.

A exposição apresenta:

– 60 fotos, em grandes ampliações, do cotidiano da EscolaBrasil:
– Trabalhos realizados nos Ateliês, de ex-alunos da escola como Leila Ferraz, Fernando Stickel, Suca Mattos Mazzamati, Gilda Maia Rosa, Flávia Ribeiro, José Carlos BOI Cezar Ferreira, Helena Carvalhosa, Sara Goldman-Belz, Gemma Giafonne.
– Documentos da época como cartas, apostilas, panfletos de divulgação, a única edição do jornal da Escola, Dois Pontos, revistas, catálogos das exposições dos professores nos anos 70 e o programa com a filosofia da escola estarão expostos em vitrines.
– Uma estação com dois computadores estará a disposição do público, para consulta ao banco de dados da Escola Brasil:
– Projeção em tela das informações do banco de dados.
– “Cristaleira’ do BOI, com esculturas de Baravelli, Fajardo, Resende, Dudi, Megumi, Fernando Stickel e Guto Lacaz.
– Vídeo com entrevistas com os professores
– Distribuição de um catálogo gratuito, com texto da Profª Drª Claudia Valladão de Mattos e ilustrações diversas.
– Distribuição da reedição do trabalho de 1978 de Helena Carvalhosa e Regina Sawaya, “Sobre a Escola Brasil:”

é isso, por fernando stickel [ 18:40 ]

giardino & imoberdorf


Na foto, da esq. para a direita, Davenire, Baravelli e Magy no Espaço Fundação Stickel.

O crítico e curador italiano de Milão, Davenire Giardino, tem prestigiado todas as iniciativas culturais da Fundação Stickel, contribuindo com seu texto fino e sagaz, eis o que recebi dele em velocidade relâmpago, pois deve ter passado a noite em claro escrevendo:

Carissimo Fernando,

Congratulazione per questo nuovo show. Ho fatto una visita in un atimo de minuto e quanto sensibilità! La notte di verano a Sao Paulo era bellissima.
Adesso la critica. Auguri!

Suor, braço e sensibilidade.O trabalho com o braço, o suor fazem parte do processo criativo de Magy.

Uma atividade que exuda após  anos e anos de estudo, visitando tudo,  todos , com o olhar critico e curioso se informando e apreendendo. Exuda e  se processa  no catar, no recortar, no lixar, no montar, em passar a cera, em desenhar, olhar em torno . Depois de anos trabalhando para o  mercado de consumo, Magy volta ao traço básico, à essência, ao alimento. Olha para dentro e neste olhar encontra o marceneiro, o desenhista, o soldador, o catador de lixo  e a artista  que dormia.  As linhas de um menino e seu cachorro, um banco de jardim, um retrato.  Na figura humana as proporções divinas. No recorte preciso, sua personalidade suiça. Magy encapsulada nas informações  perfeitas rompe a estrutura da mesmice.

Um salto lógico. Na gnose de Upanixade e nos diálogos de Misargatta Maharaj conhecer a Si Mesmo significa descobrir em nós aquilo que já é nosso. E descobrir ainda que não há real diferença entre o ser em mim e a totalidade universal. Já a gnose budista dá um passo ulterior, um não retorno: nadifica também o si mesmo. O zero é a matriz do tudo e do nada, luz e treva.

Tomemos um símbolo; o espelho. Esse nos reflete idênticos invertidas as partes. O que está à direita se transpõe à esquerda e vice e versa. De modo que quem nos olha somos nós, mas não os nós que um outro vê. Restituindo-nos a nossa imagem invertida no eixo frente e costas o espelho produz um efeito que pode até aludir a um sortilégio: olha-nos de fora, mas é como se nos examinássemos por dentro, a nossa própria visão não nos é indiferente, intriga-nos e perturba-nos mais que qualquer outra pessoa. É  o olhar devolvido. Magy  nos devolve sua visão.  Magy transformada.

Davenire Giardino

é isso, por fernando stickel [ 9:18 ]