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edifício poema

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Na esquina das ruas José Maria Lisboa com Capitão Pinto Ferreira fica o “Edifício Poema”, simpático predinho de 6 andares, construído em 1954, ano do Quarto Centenário de São Paulo.
No segundo andar moravam meus avós paternos, Arthur e Erna. Vez por outra meus pais iam visitá-los comigo e meus irmãos. Nós os netos nos sentávamos educadamente na mesa para um lanche de biscoitos ou bolo com suco. Em uma das portas da garagem que dava para a rua morava o Dodge “Fluid Drive” 1946 do meu avô.
Quando meu avô faleceu em 1967, fui ao apartamento, ele estava deitado na cama, vestido para o funeral, com aquele pano amarrado na cabeça segurando a mandíbula. Fiquei chocado, acho que foi a primeira vez na vida que vi um cadáver, eu tinha 19 anos.
Me impressionou a ausência de sua monumental barriga, meu avô foi “forte” a vida toda, e lá estava ele magro e morto.
Acho que nunca mais voltei ao apartamento, pouco tempo depois minha avó faleceu.

é isso, por fernando stickel [ 8:05 ]

2 comentários

simone

agosto 22nd, 2014 at 10:13

Caro Fernando,

Descobri meio sem querer o seu post. Conheço seu trabalho como artista, mas fiquei surpresa ao encontrar a referência ao Edifício Poema. Moro no Edifício há quase 5 anos, e sempre fui curiosa em relação ao seu passado. O prédio é de 1954 – o mesmo ano de fundação do Ibirapuera e das comemorações de São Paulo quatrocentona – então sempre imaginei quantas pessoas & histórias interessantes passaram por aqui. Ao ler um relato real como seu, fiquei muito feliz – principalmente por saber que o predinho foi a morada de um avô querido…realmente, uma lembrança inesquecível. Um abraço, Simone

fernando stickel

agosto 22nd, 2014 at 15:40

Simone, interessantes conexões! Obrigado pelo comentário, abraço!

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